terça-feira, 30 de outubro de 2007

O local onde "Dei com Eles" continua produtivo! - Sábado de Páscoa, 8/Abril/2007


A vistoria e a manutenção anual do barco preencheram-me a semana, de Terça a Sexta.
Uma semana em que o meu pensamento deambulou continuamente pelo último local onde pesquei, por razões óbvias, atendendo aos resultados obtidos.

Claro que na Sexta à tarde, encerrados os trabalhos chatos, em conjunto com os meus amigos Zeca e Tavares, preparámos a pesca de Sábado e, depois de um jantar revigorante, fomos descansar e sonhar com mar e peixes enoooormes.

Manhã nascida, pequeno almoço tomado e eis que nos dirigimos para o local que mais uma vez provou a sua produtividade, não em quantidade mas em qualidade das capturas.

Não foi fácil fundear o barco onde queríamos e os resultados não foram, nem de perto, parecidos aos da última vez que lá pescámos. O pesqueiro, no entanto, continua a revelar-se extraordinário, já que as marcações de sonda são bastante intensas e os toques de peixe miúdo não param.
Desta vez, apanhámos oito pargos e uma bica, tudo do mesmo lote, 1 a 1,5 kgs, todos com iscadas de boboca e lula congeladas. A sardinha e a cavala não apanharam nem um.

Os resultados obtidos, levam-me a pensar nas seguintes variantes possíveis:

- Os pargos maiores não estavam lá, ou o que me parece mais provável, agora que me debrucei sobre o assunto, poderiam estar mais altos, ou noutra zona do pesqueiro, com condições mais favoráveis, para eles, claro.
- A bomboca e a lula, serão mais atraentes para os "miúdos" que para os "graúdos", atendendo a que no mundo animal a regra do "máximo de calorias para o mínimo de esforço", está sempre presente, não me parecendo que um pargo, de 4 ou mais quilos, faça uma deslocação de várias dezenas de metros, com aguagem significativa que estará sempre contra si, para comer uma sardinha e muito menos uma bomboca, se perto de si tiver comedias fáceis.
- Entretanto descobri que em torno deste local existem pelo menos mais dois pontões, cheios de comedia que não sendo tão grandes, têm tamanhos consideráveis e prenchem uma área de +/- meia milha quadrada, o que oferece hipóteses variadas de alimentação aos nossos amigos.
- Estando os sinais, que sentimos, idênticos aos da última pesca, não quisemos arriscar mudar de local, já que, quando pensávamos nisso entrava um Pargo, e claro que de imediato renovávamos as iscadas e a atenção no que poderia acontecer em seguida.
- Eventualmente estes acontecimentos poderão estar relacionados com a Lua Cheia que talvez tenha influído no comportamento do peixe, dificultando consequentemente a vida ao pescador.
- Parece-me ainda que não teremos ficado tão próximo da parede do pontão como da última vez, o que se deveu à presença de uma aguagem mais forte e ao receio de cairmos muito para cima do pontão, mas também, os sinais estavam lá e fomos ficando por ali.

Sobre as considerações anteriores e outras que poderemos não ter tido em conta, pode referir-se que:

- Não se pode pôr em causa a qualidade do pesqueiro, atendendo à leitura da sonda.
- Todos os "toques" e demais sinais indicavam que o peixe estava lá.
- Não lhes apresentámos (aos grandes), quantitativa ou qualitativamente, os argumentos necessários às suas necessidades ou estas estavam colmatadas de outra forma.
- Não sei até que ponto a minha aversão em utilizar engodo ao fundo, não terá contribuído para o insucesso relativamente a exemplares maiores, mas, se assim foi, fui bem castigado porque não apanhei nem um parguito. Talvez porque estive sempre a pescar com iscadas grandes de sardinha e cavala!?
O Zeca è que se bateu bem... com sete dos oito apanhados, e, viva a Bomboca!

Enfim... O dia estava espectacular, o petisco era bom (carne frita e pão, tudo alentejano), a companhia excelente e acho que aprendemos algo mais sobre esta zona de pesqueiros e sobre o nosso comportamento técnico neste tipo de pesca.
As dificuldades encontradas e os erros cometidos, parecem estar continuamente a fornecer-nos mais "armas" para utilizar em próximas saídas.

Estou "que nem posso" para lá voltar.

Uma Páscoa Feliz para todos os leitores.


PS: infelizmente, quando fui tirar fotografias, a máquina não tinha bateria (q'a estúpido), pelo que vos ofereço o mar e falésias da Zambujeira do Mar.

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