quinta-feira, 28 de julho de 2011

É dia de pesca!


Uma pequena paragem no trabalho, férias com família e amigos, tempo de calma que se pretende intervalado com pesca.

Acordo com Sol já alto e fixo a imagem de calma que o monte me oferece, oiço a passarada e penso que não estou longe da embarcação, assim como o Victor e o João Martins, companheiros deste dia de pesca alternado, durante algumas horas, com a companhia da família que já nos encomendou o jantar.
Até a gata "Lili", moradora no local, me olha nos olhos, como que dizendo: "ouve lá, oh mastronço... é hoje que como tripas frescas"?


Respondo-lhe com ar céptico... talvez!? 
Entretanto, viro-me para o pessoal e aconselho a descongelarem qualquer coisa, não vá o diabo tecê-las!?

Tudo isto, enquanto decorrem os preparativos para iniciar os trabalhos de mais um dia de pesca. Maravilha!!!

A previsão meteorológica não é das melhoras, apontando vento para a hora do almoço desta Segunda Feira e... estou indeciso!
Que pesqueiro escolher?

O peixe, provavelmente, continua ali por terra; a temperatura da água é baixa e pode ter alterado este factor; ir para fora, pode não ser a melhor hipótese atendendo a que a entrada do vento vai certamente correr connosco para a terra não se sabe quando; como optar? Vamos ver!? Penso para comigo, enquanto eu e o Victor vencemos a distância que nos separa de Sines, do encontro com o João Martins e dos preparativos finais desta jornada.

Já navegamos na baía e o primeiro pesqueiro está escolhido... vamos arriscar um pouco mais fora que nas últimas jornadas mesmo que o vento não nos deixe lá estar o tempo necvessário, pelo menos tentamos.

Encontramos o fundo que queremos, a marcação está lá, suficiente, fundeamos e iniciamos as hostilidades.
O roubo rápido embora pouco perceptível de iscas inicia-se de imediato e as aspirações ficam em alta, ao ponto de pensarmos que o jantar, para a família, amigos e gata, está garantido... mas não!
Decorre uma hora e tal de "trabalho árduo" e nem sinal de um peixe de jeito, para além de duas Sarguetas, tipo medalha e de algumas Bogas e Cavalas, nada sobe, fazendo-nos pensar em telefonar para os organizadores da paparoca, avisando-os que aquela história de descongelarem umas coisas para o jantar é capaz de se tornar uma realidade, mas optamos por aguardar mais um pouco, mantendo a regularidade das subidas e descidas de iscas; muito por alguns toques que pareciam diferentes e também por um repentino aumento do tempo de desiscagem. Será que o pesqueiro vai sofrer alteração? Nesta altura do ano, acontece e, por vezes, nem mais uma isca é tocada. Ou será que algum predador entrou na área?

A minha iscada toca o fundo, acerto a tensão da linha e aguardo sem nada sentir. Os toques vêem de repente... um, dois, três; rápidos e intensos, levando-me a ferrar alto para ver a ponteira a cabecear desalmada, prenuncio de uma luta jeitosa e subida do primeiro "companheiro para o jantar".
Pfiuuuuu... estava a ver que não!?


A bordo tudo ficou mais atento, sentindo que estava a valer a pena o trabalho e a espera, mas, para além de mais uma Dourada pequena, nada mais se conseguiu antes que o vento nos corresse mais para a terra, procurando conseguir o resto do jantar em ambiente mais cómodo.
Mais procura, mais sondagem, mais fundeio e... iscas para baixo!

A água era mais azul, os primeiros toques tardaram e as iscas nunca foram roubadas na totalidade. Primeiro, nada; depois, roubavam a isca do anzol de baixo; mais tarde a do anzol de cima; mas, os toques sentiam-se melhor, não só por menos profundidade, mas pelo tipo de peixe que por lá andava, começando o Victor por tirar uns Sargos de bom tamanho e até este Veado... lindo!


O jantar já estava garantido, já podia devolver a gracinha à gata e continuar a dizer ao pessoal: "normalmente, para o jantar, arranja-se sempre"!
Mas, ainda não tinha acabado, pois o nosso João Martins, quando já se olhavam os relógios com intenções de regresso ao porto e aos trabalhos que precederiam o jantar técnico alargado, dá o seu grito de guerra... eh láááá!!!
Percebia-se porquê! A sua 7even, cabeceava loucamente, a linha já saía e a luta dava-se... agreste; fazendo subir ao poço mais este exemplar que iluminou os olhos do meu companheiro e abrilhantou a caixinha do pescado!


A pesca estava safa, a comida para o jantar também,  quer em quantidade, quer em qualidade; e, a conversa de pesca perspectivava-se cheia e longa!
Quanto à gata... tramou-se com as desconfianças e teve de se bater com a enorme parte que lhe coube! O respeitinho é muito bonito!

Brincadeiras à parte, mais uma jornada "difícil", onde o trabalho de equipa, em conjunto com as opções tomadas, se verificou suficientemente produtivo para alegrar todos os intervenientes deste dia de pesca.

Esta Quarta Feira também fomos e ainda foi mais complicado, embora com jantar assegurado; mas, sobre este dia falaremos quando o analisar melhor.

Até lá, uma boa tarde para todos vós e boas leituras, estejam ou não em período de férias.

7 comentários:

Bruno Mendes disse...

É assim a pesca umas vezes dificil outras ate parece facil :) o que interessa é ir lá matar o vicio conviver e se trouxer jantar tanto melhor, se nao fica para a proxima eheheh
Belos peixes ainda assim, a caso para dizer vida dificil a da gata ehehe
Continuaçao de umas boas ferias que eu vou começar as minhas.
Um Abraço

Anónimo disse...

É assim esta nossa paixão, às vezes fica menos fácil. Mas também é por isto que gostamos tanto de pescar, por não ser fácil, nem certo, nem como queremos. Em tua opinião o que acontece para o peixe estar a desencostar? Temperatura da água abaixo dos 14ºc (um escândalo para julho!)??? Pressão atmosférica também baixa? Talvez, juntamente com alguma comedia que possa ter saído (quem sabe em função das outras duas)para fora?
De uma forma ou de outra é sempre muito bom ir lá, apanhar ar puro ou, pelo menos, vir aqui e sentir o que se passa lá, no mar. Obrigado Ernesto por mais esta partilha
Abraço
João Carlos Silva

Anónimo disse...

Em primeiro e sem querer ser repetitivo obrigado por mais uma crónica! queria-lhe perguntar duas coisas: quando está na fase em que tem a certeza de que o peixe está com o anzol na boca o que faz, dá o esticão para ferrar ou deixa-o ferrar sozinho? Parabéns por mais uma jornada!

Obrigado.

Filipe

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

Grato pelos comentários!

Respondendo ao Filipe:

A certeza de que o peixe tem o anzol na boca é, para mim, algo difícil de definir. Isto é, os toques sentidos dão ideia da intensidade com que está a comer e nalguns casos poderão até com alguma coerência, dar uma ideia de que o peixe poderá ter o anzol na boca e, nesta altura, ferro!!! Sem dúvida!!!

Mesmo que o peixe até já esteja ferrado, é uma forma de assegurar a ferragem.

Isto é diferente de sentir alguns toques e não ferrar logo, atendendo a que estes poderão ser sinal de que o peixe está a abordar a isca mas ainda não a terá na boca. Acontece muito com a Dourada, o Sargo e, estou convicto que o Pargo por vezes também o faz.

Espero ter respondido a preceito!?

Abraço

Ernesto Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

É isso mesmo, partilho dá mesma, opiniãono meu caso o exemplo são as douradas em que sentimos claramente pequenos toques como que a verificar, e de seguida uma ou duas pancadas violentas acompanhadas de um puxar contínuo, é nesse momento em que afino a embraiagem conforme a luta que o peixe dá e começo a desfrutar do prazer que nos proporciona um peixe desses (e fica aqui a minha homenagem às douradas), mas não costumo dar o esticao para garantir a ferragem, de qualquer forma agradeço a resposta e vou experimentar, afinal quem sabe sabe! A segunda pergunta fica para a próxima entrada no espaço, muito obrigado! Abraço Filipe

António Vinha disse...

Boas Ernesto.
Magnifico como sempre.
Há gatas com sorte.

Abraço.
ToZe