segunda-feira, 29 de outubro de 2007

À Procura de Pesqueiros 2.ª Parte - 05/Fev/07


Cá estou eu outra vez para continuar a cumprir com o prometido!

Onde é que eu ia?
Já sei!
Ia começar a contar o que se passou na minha primeira pesca em Sines, com base na minha procura, fundamentada na anterior entrada.

Ora bem... neste meu primeiro teste, importa referir que ia pescar neste barco e usar toda a electrónica pela primeira vez, embora já a tivesse estudado. Estávamos em fins de Maio de 2002 e lembro-me que a lua se encontrava em 3.º ou 4.º dia de Quarto Crescente.
Tinha ainda outra preocupação! A minha mulher que também gosta de pesca e ia comigo à "inauguração", tem por vezes alguns problemas de enjoo, e, o mar, não estando mau, tinha alguma marejada de Norte, o que não me permitiria sondar durante muito tempo, já que sei ser essa a situação em que mais facilmente lhe aparecem os tais sintomas que alguns de nós tão bem conhecemos.

Não querendo começar mal a experiência "Sineira", optei por não ir muito longe e sondar o mínimo possível, pelo que saí do Porto em direcção a Sul para uma zona a +/- 3 milhas, onde na carta do GPS, aparece uma zona de pedra à qual se segue um limpo, perto de batimétricas com curvas pronunciadas, sobre a areia, e onde esperava encontrar alguma fertilidade (ver foto desta entrada, onde se vê uma cruz esbranquiçada, junto à batimétrica, em cima da areia, muito perto da zona de pedra e quase junto ao "P" de Praia de São Torpes).

Ao chegar à zona indicada, abri a sonda, coloquei a popa ao vento e iniciei a sondagem antes do fim da pedra e em direcção ao limpo.
A zona de pedra ia aparecendo em todo o seu esplendor (29 mts) e eu continuei até que o fundo limpo sucedeu ao último pontão que apresentava na sua queda (32 mts) marcações interessantes de peixe agarrado ao fundo. Não hesitei. Aumentei o zoom do GPS duas vezes, virei a proa ao vento percorrendo o caminho anterior, e, assim que o pontão apareceu, passei-o para o outro lado e larguei ferro de imediato, dando o cabo que me pareceu necessário sem arriscar em demasia.
Com o barco fundeado, tornei a verificar a sonda e pareceu-me que ainda estava muito em cima da pedra (30 mts), mas como não sabia se havia alguma aguagem, resolvi testar o pesqueiro e iniciámos a acção de pesca.

Começámos com duas canas. Eu com uma de 3,30 e a minha mulher com uma de 2,70 metros, com baixadas de 0,40; estralhos de 0,35, com 45cm; anzóis números 2, em cima, 1 em baixo e chumbadas de 100grs na minha cana (mais macia) e de 120 na cana da minha mulher (mais rija... Nada de brincadeiras com a rijeza das canas!?).
Iscando com bomboca, sardinha e caranguejo, em alternância, as picadas começaram logo que as linhas chegaram ao fundo, mas o peixe, "ganopas" e "piças" (peixe de casamento como lhe chamam em Sines), indicavam que estávamos demasiado em cima da pedra como me tinha parecido, pelo que resolvi dar mais uns 20 metros de cabo e então é que as coisas aqueceram.

A sonda mostrava o limpo e os "toques" mudaram de tom, começando a entrar a bordo sarguetas, choupas e carapaus de tamanho considerável, não tendo que esperar muito para que aparecessem os pargos. Primeiro os filhos e mais tarde os pais. Foram 11, entre os 0,900 e os 2,200 kgs (sem exageros).
Penso que se pode dizer que é uma pesca para recordar, da qual, infelizmente, não temos fotos. Paciência...

Nesse verão passámos as férias em Sines e pescámos muitas vezes, com algumas derrotas, mas de uma forma geral com muito bons resultados, principalmente com capturas de pargos que se têm verificado até ao momento, e, seguindo os processos que descrevi, em zonas e profundidades diversas, podendo hoje dizer que me sinto integrado entre os pescadores lúdicos da zona e até com alguns profissionais com quem, entretanto, me relacionei, fruto do que penso ser algum reconhecimento sobre a forma como desenvolvi a minha pesca.

Sobre o processo de procura de pesqueiros, posso-vos dizer que sempre que me dirigi a locais com as características descritas, encontrei fundos com boa qualidade, mais ou menos produtivos e que após marcados na carta, alguns deles acabaram por revelar, em épocas diversificadas, as suas reais capacidades. Claro que não convém esquecer as derrotas que se têm nesta procura incessante, mas, as vitórias e o reconhecimento dos companheiros valem bem a pena.

Espero que entendam que não pretendo, com as anteriores descrições, armar-me em "doutor" da pesca, ou em professor do que quer que seja, o que pretendo é de facto estar perante vós como na pesca, isto é, dar e receber. Enfim... ser útil!
Para saber disso, só preciso que me comentem, que de imediato vos responderei neste mesmo local!

Abraço

E até à próxima.

2 comentários:

Rebolo disse...

Boas Ernesto aproveito este post, já mais antigo para colocar um comentário de agradecimento uma vez que não tem nenhum comentário e acho fundamental certas dicas dadas aqui bem como na primeira parte.
Abraço

Ernesto Lima disse...

Viva Tiago!

Este foi um dos primeiros posts que coloquei por aqui, ainda tinha o blog no Yahoo que dificultava de algum modo as respostas e, verdade seja dita, era ainda pouco lido.

Agradeço a atenção!

Abraço