Sines na popa e eu a pensar que já passou um ano sem que uma palavra aqui fosse escrita..., nem uma foto, nem uma cartinha..., nada. Até parece uma anedota, velha, relativamente conhecida e meio parva, aliás como a maioria delas, mas fazem rir, e rir faz falta.
Muito sinceramente fiquei inicialmente nostálgico, ao que se seguiu aquela sensação de estar em falta com alguma coisa..., neste caso, certamente com a escrita, lembrando-me de imediato de um ou outro leitor habitual que, em encontro casual, ou troca de impressões algures pelas "nets", me diz, em modo de crítica: ah e tal..., nunca mais escreveu nada, nem umas fotos..., e lá voltamos à tal anedota.
Alturas houve em que me sentia um pouco mal..., afinal habituei os leitores à regularidade de escrita. O certo é que a minha vida, a minha pesca e consequentemente a minha escrita, de há uns tempos para cá, de regular, têm muito pouco. Portanto Pessoal, se eu posso viver com isso e adaptar-me, acho que o mesmo se aplica a todos vós.
O tempo necessário para escrever, até o tenho, o que me falta é o controlo sobre o mesmo, reflectindo-se isso, principalmente, na disposição e inspiração para escrever como gosto..., contando a pesca, contado a história, deixando as notas técnicas nas entrelinhas, brincando com tudo, até com as palavras. Não me estou a desculpar, ou a justificar, antes a constatar factos influentes nas relações que convosco tenho vindo a estabelecer, através deste local e até com alguns de vós que, fora do contexto virtual, são meus amigos.
E a pesca...? Continua?
Claro que sim, mas a frequência não consegue ser a mesma e a vontade de inovar em termos técnicos é grande, sendo que ambas as razões, em termos de resultados, são também inimigas de quem quer escrever apoiado nestes, coisa que sempre fiz e faço questão de manter, única forma que reconheço como credível para quem se atreve a criar um local deste tipo. É discutível..., talvez; mas é o que acho.
Inicio esta entrada no dia 23 de Janeiro de 2018, data em que o blogue faz onze anos de idade, pensando que não vou conseguir publicá-la hoje, mas, para todos os efeitos, acho importante deixar esta nota, assinalando assim o momento.
Considerando a ausência da "Minha Pesca" durante todo o 2017, vamos então fazer um rescaldo do ano velho.
Ainda sobre a frequência com que pesco, embora de cada vez que vou para Sines fique por lá dois a quatro dias, chego a estar três semanas, e por vezes mais tempo, sem ir, tendo em conta a conjugação do tempo disponível com as condições climatéricas. Tempos atrás costumava ir menos dias seguidos, mas com mais frequência, o que me mantinha mais em contacto com a localização do peixe face a cada época do ano.
Actualmente, valho-me do conhecimento anterior e testo os pesqueiros nos primeiros dias, sendo muitas vezes nos últimos que consigo ter algum sucesso. Pode até dizer-se que nos primeiros dias pesco um pouco na bruma, mais ou menos como figura a imagem seguinte, ou seja, começo com "visão" limitada no primeiro e às vezes no segundo dia, levantando-se o nevoeiro que me permite perspectivar o horizonte, nos dias que se seguem.
Há razão para ficar triste ou incomodado?
Nem pensar!
Quantas pessoas têm a sorte de conseguir pescar dias seguidos?
Não quero, nem devo queixar-me de situações deste tipo. Na minha opinião, tais queixas representariam fortes ofensas para qualquer pescador que só consegue ir um ou dois dias por mês, com sorte.
Analisando mais profundamente algumas razões da não escrita, a vontade de mudar, principalmente de técnicas, parece-me ter algumas "culpas significativas no cartório". Pescar só ao fundo com o barco fundeado, embora continue a gostar, já não me chega. Quero pescar mais com amostras, com isca viva..., em suma, fazer outras coisas. Tal consome tempo, obriga a testar outros materiais, a funcionar doutras formas e os resultados que procuramos não são imediatos. Claro que a escrita, como a entendo, tem aqui mais uma razão para sofrer. Resta saber até quando.
Nesta peregrinação 2017, entre o antes e o depois, interrompida, aqui e ali, por razões com que não quero aborrecê-los, algumas pescarias se fizeram, umas que ficaram em imagem, outras que nem por isso e nenhuma delas aqui relatada em tempo útil. Por tal, vou tentar colocá-los ao corrente, tentando ser o menos fastidioso possível.
Os calendários estão na moda, mas não vou mostrar os meus músculos, em poses mais ou menos sensuais, antes, alguns destaques, em formato capturas, ao longo dos meses em que consegui pescar, tanto minhas, quanto de companheiros que comigo pescaram lá a bordo.
Janeiro:
Mês do último artigo / entrada, com uns peixitos, para além do que, nem as janeiras cantei. Se fosse um calendário fotográfico "daqueles"..., possivelmente nem um músculo se via.
Fevereiro:
A coisa até que alegrou, iniciando-se com um workshop de acção de pesca ao fundo, em barco fundeado, actividade que vou mantendo quando posso e cujos participantes acabaram por vir comigo colocar em prática as teorias conversadas, conseguindo até uns peixitos razoáveis.
O Cris com o maior Alfaquim:
Nem pensar!
Quantas pessoas têm a sorte de conseguir pescar dias seguidos?
Não quero, nem devo queixar-me de situações deste tipo. Na minha opinião, tais queixas representariam fortes ofensas para qualquer pescador que só consegue ir um ou dois dias por mês, com sorte.
Analisando mais profundamente algumas razões da não escrita, a vontade de mudar, principalmente de técnicas, parece-me ter algumas "culpas significativas no cartório". Pescar só ao fundo com o barco fundeado, embora continue a gostar, já não me chega. Quero pescar mais com amostras, com isca viva..., em suma, fazer outras coisas. Tal consome tempo, obriga a testar outros materiais, a funcionar doutras formas e os resultados que procuramos não são imediatos. Claro que a escrita, como a entendo, tem aqui mais uma razão para sofrer. Resta saber até quando.
Nesta peregrinação 2017, entre o antes e o depois, interrompida, aqui e ali, por razões com que não quero aborrecê-los, algumas pescarias se fizeram, umas que ficaram em imagem, outras que nem por isso e nenhuma delas aqui relatada em tempo útil. Por tal, vou tentar colocá-los ao corrente, tentando ser o menos fastidioso possível.
Os calendários estão na moda, mas não vou mostrar os meus músculos, em poses mais ou menos sensuais, antes, alguns destaques, em formato capturas, ao longo dos meses em que consegui pescar, tanto minhas, quanto de companheiros que comigo pescaram lá a bordo.
Janeiro:
Mês do último artigo / entrada, com uns peixitos, para além do que, nem as janeiras cantei. Se fosse um calendário fotográfico "daqueles"..., possivelmente nem um músculo se via.
Fevereiro:
A coisa até que alegrou, iniciando-se com um workshop de acção de pesca ao fundo, em barco fundeado, actividade que vou mantendo quando posso e cujos participantes acabaram por vir comigo colocar em prática as teorias conversadas, conseguindo até uns peixitos razoáveis.
O Cris com o maior Alfaquim:
O Paulo com o maior Sargo:
A pesca do dia, onde uns Robalitos marcaram presença:
A Sardinha, como isca, foi a principal culpada, embora coadjuvada pelo Caranguejo.
Ainda em Fevereiro, numa outra saída pouco frutífera, salvou-se uma Choupa de tamanho cada vez mais raro, capturada pelo meu amigo Ferreira.
E do Fevereiro não reza mais história.
Março:
O Jigging marcou o mês, em duas jornadas, com diversas versões técnicas tentadas, nomeadamente Speed e Slow Pitch, com utilização de amostras supostamente adequadas, em chumbo, também com vinis, sendo que todos os tipos de amostras conseguiram resultados, em determinados momentos, e condições específicas.
Deixo-vos algumas das amostras utilizadas e imagens das duas jornadas, por ordem de capturas:
Março:
O Jigging marcou o mês, em duas jornadas, com diversas versões técnicas tentadas, nomeadamente Speed e Slow Pitch, com utilização de amostras supostamente adequadas, em chumbo, também com vinis, sendo que todos os tipos de amostras conseguiram resultados, em determinados momentos, e condições específicas.
Deixo-vos algumas das amostras utilizadas e imagens das duas jornadas, por ordem de capturas:
1.ª Jornada:
O Cosme com o primeiro peixe do dia, um Robalo, em modo de Speed Jigging, relativamente perto do fundo, com uma amostra que segundo ele, tinha dado que falar pelos Açores.
A minha vez, com um vinil, saiu-me este Serrajão, passado algum tempo de ter perdido um suposto Mero, que, por minha desatenção e consequente parvoeira, entocou e ficou com a amostra que lhe apresentei.
Depois o Luís Mira, ainda na mesma zona de pesqueiros, em modo de Slow Jigging, com mais um Serrajão.
Mudámos de zona, e desta vez, também em modo do Slow Jigging, fui outra vez contemplado com o Alfaquim que se segue.
A acção continuou, terminando o dia com mais um Pargo que saiu ao Cosme. Mais uma vez em Speed Jigging
Uma jornada que, em resumo, não foi de todo má, faltando outros exemplares..., aqueles que sempre procuramos, de melhor qualidade e tamanho.
2.ª Jornada:
Duas semanas depois, foi a vez de ir com o meu amigo Fernando, num dia de mar chão, em que muito se andou, muito se trabalhou, mas capturas, para além de umas quantas Cavalas e Carapaus, só o Badejo que ele abaixo apresenta.
2.ª Jornada:
Duas semanas depois, foi a vez de ir com o meu amigo Fernando, num dia de mar chão, em que muito se andou, muito se trabalhou, mas capturas, para além de umas quantas Cavalas e Carapaus, só o Badejo que ele abaixo apresenta.
Neste dia, no entanto, já de volta ao porto, a uns 500 metros da entrada, tivemos uma visão impressionante e completamente inesperada..., na proa do barco, a uns 50 metros, ou pouco mais, vimos o que pareciam ser uns golfinhos a saltar..., mentira!
Os meus olhos, com algum treino adquirido nos tempos que andei por Cabo Verde, disseram-me de imediato que aquilo não pareciam golfinhos..., nem queria acreditar, mas eram de facto atuns, para aí de 15 a 20kg, se é que a visão não me enganou quanto ao tamanho.
Nem pensámos muito..., seguimos para a zona, sonda aberta, a vê-los, e vá de amostras para baixo, de vários tipos, com animações variadas, explorando as profundidades onde se viam, a partir de baixo, e até lançando à superfície e fazendo-as deslizar altas, por vezes planando, mas nada. E depois caiu o Sol e ficou o silêncio, na sonda e no mar em volta que corremos com os olhos e com o barco, tentando negar o insucesso à vista.
Analisando o acontecido, vários pensamentos nos assolaram..., quem diria? Depois de tanto penarmos todo o santo dia, foi à "porta de casa" que demos com aquele espectáculo, e, no calor do momento, nem sequer conseguimos perceber se reagimos da melhor forma, ou fizemos tudo o que devíamos para conseguir capturar um daqueles exemplares!?
Uma coisa é certa, por relatos de outros pescadores, não é raro que por alturas de Março / Abril e Setembro / Outubro, em zonas diversas, não longe do porto, tais acontecimentos se dêem, o que nos deixa alerta para outras tentativas nestas épocas, assim como nos diz que muito pode acontecer nesta nossa actividade, desde que as mentes e os olhos, estejam bem abertos.
E assim se fechou o Março!
Abril:
Para além de ir passear a Sines e pôr o barco a trabalhar, em dia de mau tempo, o único que tinha livre, a pesca passou em claro. Nada a fazer, ou dizer.
Os meus olhos, com algum treino adquirido nos tempos que andei por Cabo Verde, disseram-me de imediato que aquilo não pareciam golfinhos..., nem queria acreditar, mas eram de facto atuns, para aí de 15 a 20kg, se é que a visão não me enganou quanto ao tamanho.
Nem pensámos muito..., seguimos para a zona, sonda aberta, a vê-los, e vá de amostras para baixo, de vários tipos, com animações variadas, explorando as profundidades onde se viam, a partir de baixo, e até lançando à superfície e fazendo-as deslizar altas, por vezes planando, mas nada. E depois caiu o Sol e ficou o silêncio, na sonda e no mar em volta que corremos com os olhos e com o barco, tentando negar o insucesso à vista.
Analisando o acontecido, vários pensamentos nos assolaram..., quem diria? Depois de tanto penarmos todo o santo dia, foi à "porta de casa" que demos com aquele espectáculo, e, no calor do momento, nem sequer conseguimos perceber se reagimos da melhor forma, ou fizemos tudo o que devíamos para conseguir capturar um daqueles exemplares!?
Uma coisa é certa, por relatos de outros pescadores, não é raro que por alturas de Março / Abril e Setembro / Outubro, em zonas diversas, não longe do porto, tais acontecimentos se dêem, o que nos deixa alerta para outras tentativas nestas épocas, assim como nos diz que muito pode acontecer nesta nossa actividade, desde que as mentes e os olhos, estejam bem abertos.
E assim se fechou o Março!
Abril:
Para além de ir passear a Sines e pôr o barco a trabalhar, em dia de mau tempo, o único que tinha livre, a pesca passou em claro. Nada a fazer, ou dizer.
Maio:
Só fui três dias, de uma única vez, sendo que nos dois primeiros, em que pesquei fundeado, para além de uns sargos legítimos e uns parguitos, dos quais não reza a história, nada de relevante a acrescentar.
Foi no 3.º dia, em modo de Jigging, que se conseguiram uns peixitos, ambos ferrados durante a queda longa da amostra após animação gradual e lenta, elevando a cana acima da cabeça, técnica esta, hoje em dia conhecida, na gíria do Jigging, como Long Fall.
Ambos os pargos se atiraram junto ao fundo; o robalo, para aí uns cinco metros acima e junto à base da mesma estrutura, que subia dos 56 para os 42 metros de profundidade, para aí com meia hora de diferença entre capturas e após trocas de amostras, como se pode ver nas imagens seguintes.
O 1.º pargo:
O robalo:
O 2.º pargo
E pronto..., lá se foi o Maio, um mês em que o trabalho aperta, assim como o seguinte, em que só uma escapadela de última hora, deu para molhar as linhas e as amostras. Venha ele...
Junho:
Um dia para ir e preparar, com pesca ao fundo de fim de dia e peixe para jantar, outro para Jigging e ala para casa que se faz tarde. E foi uma sorte..., não fora o adiamento de uma prova e, neste mês, nem via a cor do mar de Sines.
Lá fomos, eu, e o meu amigo Carlos Filipe, com mais vento que o que se previa, mas, ou desistiamos, ou tínhamos de nos adaptar. Foi o que fizemos.
O vento que já se fazia sentir aconselhou-nos a não ir muito para fora, o que nos fez bater pesqueiros mais perto, cedo sentindo a velocidade das derivas que não nos permitiam explorar os pesqueiros como gostamos.
Os habituais carapaus e cavalas lá nos iam assediando, mas nada de mais conseguíamos capturar. Quanto ao vento..., ia aumentando, o que, com o passar das horas, nos sugeria a volta ao porto, mas era cedo para desistir.
Em desespero de causa, resolvemos arriscar mais junto a terra, consequentemente menos fundo, onde os efeitos do vento se sentiam um pouco menos e as amostras não tinham de descer tanto. Mesmo assim, as derivas continuavam rápidas e optámos por vinis com cabeçotes para o pesado (80 / 100g), a trabalhar correndo as bases e paredes duma estrutura submarina cujos contornos evoluíam entre os 28 e os 19 metros de profundidade.
As passagens paralelas sobre as paredes e os bicos da referida estrutura foram-se sucedendo, sentindo por vezes a amostra a tocar-lhes, dando mais linha ou encurtando-a, até que, numa das passagens calculadas, da amostra sobre o bico, logo após ter dado um pouco de linha, senti uma prisão muito idêntica a um arrochanço, sensação que de imediato se desfez, quando a vivacidade da fuga e consequente luta me disseram que o fundo não foge assim, culminando na captura da Garoupa Dourada que se segue.
Junho:
Um dia para ir e preparar, com pesca ao fundo de fim de dia e peixe para jantar, outro para Jigging e ala para casa que se faz tarde. E foi uma sorte..., não fora o adiamento de uma prova e, neste mês, nem via a cor do mar de Sines.
Lá fomos, eu, e o meu amigo Carlos Filipe, com mais vento que o que se previa, mas, ou desistiamos, ou tínhamos de nos adaptar. Foi o que fizemos.
O vento que já se fazia sentir aconselhou-nos a não ir muito para fora, o que nos fez bater pesqueiros mais perto, cedo sentindo a velocidade das derivas que não nos permitiam explorar os pesqueiros como gostamos.
Os habituais carapaus e cavalas lá nos iam assediando, mas nada de mais conseguíamos capturar. Quanto ao vento..., ia aumentando, o que, com o passar das horas, nos sugeria a volta ao porto, mas era cedo para desistir.
Em desespero de causa, resolvemos arriscar mais junto a terra, consequentemente menos fundo, onde os efeitos do vento se sentiam um pouco menos e as amostras não tinham de descer tanto. Mesmo assim, as derivas continuavam rápidas e optámos por vinis com cabeçotes para o pesado (80 / 100g), a trabalhar correndo as bases e paredes duma estrutura submarina cujos contornos evoluíam entre os 28 e os 19 metros de profundidade.
As passagens paralelas sobre as paredes e os bicos da referida estrutura foram-se sucedendo, sentindo por vezes a amostra a tocar-lhes, dando mais linha ou encurtando-a, até que, numa das passagens calculadas, da amostra sobre o bico, logo após ter dado um pouco de linha, senti uma prisão muito idêntica a um arrochanço, sensação que de imediato se desfez, quando a vivacidade da fuga e consequente luta me disseram que o fundo não foge assim, culminando na captura da Garoupa Dourada que se segue.
As tentativas continuaram, o vento não parava de aumentar e a volta ao porto e a casa, foram os passos seguintes.
Que bom seria poder adequar as saídas de pesca, tendo como única condicionante as condições meteorológicas, mas, como a maioria dos companheiros, não consigo que assim seja.
Julho:
Um mês que me conseguiu surpreender por, entre trabalhos variados, conseguir duas idas a Sines. Um espanto!
A já referida falta de controlo e consequente impossibilidade de programar minimamente as saídas, obrigou-me a pescar a solo mais vezes que o habitual. Por norma, vislumbro uma aberta, falo com a família e saio duas horas depois. Resultado..., o Pessoal amigo que consigo contactar, não pode ir. Os que poderiam ir, não os consigo contactar. É a vida, e lá vou eu, pensando: logo se vê o que dá!?
A preguiça também não ajuda..., levanto-me tarde e más horas, vejo algum vento, penso em derivas rápidas, barco a balançar lateralmente, e vá de optar pelo conforto, pescando fundeado. Na volta faço mal, devia talvez optar diferente, mas sabe-me bem e..., pronto.
7 de Julho..., águas já menos frias, maiores probabilidades de peixe encostado à terra, abrigado da Nortada, e fundeio pertinho. Ferro largado aos 23 metros, para que as iscas actuem nos 31, e vá de sardinha para baixo, em montagem de dois estralhos, com 60 e 80cm, anzol 5/0, em cima, e 6/0, em baixo.
O roubo de iscas não se faz esperar, muito peixe miúdo, alguns sargos legítimos a darem um ar da sua graça e também alguns Parguitos, alguns a serem devolvidos. Não por medida ilegal, sim, por medida, como direi..., talvez ética.
Com base naquela "regra", se é que tal se pode aplicar na pesca, que alvitra: onde há pequeno, os grandes hão-de aparecer, fui insistindo, mas o certo é que, quer com iscas pequenas, quer com grandes, aplicadas em modos variados, tudo desaparecia ao minuto, e os maiores..., nem vê-los.
Uma pequena aguagem, quase imperceptível usando chumbadas de 120g, fez-me pensar que talvez pescando à chumbadinha fora da zona por baixo do barco, e mais alto na coluna de água, algo melhor poderia ser enganado, antes que os gaiatos engodados chegassem à isca.
Peguei na outra cana, apliquei-lhe uma chumbada de correr com 30g, um anzol 8/0, e isquei uma sardinha inteira, do rabo para a cabeça.
A água corria leve para a proa, contrária ao vento. O bico de pedra, onde o ferro se prendia, estava alinhado com a proa do barco. Lancei para esse lado, abrindo para estibordo, na direcção da beirada lateral da estrutura, deixando que o fio saísse sem interrupções e esperando que, tendo em conta a lentidão da descida, cavalas, bogas, choupas pequenas e carapaus, permitissem que a isca corresse em direcção ao fundo, eventualmente passando perto de ventas mais interessantes. E, as ventas que procurava, não sendo muitas, como mais tarde se veria, não se fizeram rogadas.
Não muito longe do fundo, a linha começou a sair com rapidez muito superior à da descida, deixei levar mais um pouco e travei-a, primeiro com a mão. A cana dobrou, baixei a asa de cesto e deixei cantar o carreto. Recuperei. Cantou mais duas ou três vezes e fui recuperando nos intervalos, até que cá acima chegasse o Pargo Dourado não muito grande que abaixo se vê.
Que bom seria poder adequar as saídas de pesca, tendo como única condicionante as condições meteorológicas, mas, como a maioria dos companheiros, não consigo que assim seja.
Julho:
Um mês que me conseguiu surpreender por, entre trabalhos variados, conseguir duas idas a Sines. Um espanto!
A já referida falta de controlo e consequente impossibilidade de programar minimamente as saídas, obrigou-me a pescar a solo mais vezes que o habitual. Por norma, vislumbro uma aberta, falo com a família e saio duas horas depois. Resultado..., o Pessoal amigo que consigo contactar, não pode ir. Os que poderiam ir, não os consigo contactar. É a vida, e lá vou eu, pensando: logo se vê o que dá!?
A preguiça também não ajuda..., levanto-me tarde e más horas, vejo algum vento, penso em derivas rápidas, barco a balançar lateralmente, e vá de optar pelo conforto, pescando fundeado. Na volta faço mal, devia talvez optar diferente, mas sabe-me bem e..., pronto.
7 de Julho..., águas já menos frias, maiores probabilidades de peixe encostado à terra, abrigado da Nortada, e fundeio pertinho. Ferro largado aos 23 metros, para que as iscas actuem nos 31, e vá de sardinha para baixo, em montagem de dois estralhos, com 60 e 80cm, anzol 5/0, em cima, e 6/0, em baixo.
O roubo de iscas não se faz esperar, muito peixe miúdo, alguns sargos legítimos a darem um ar da sua graça e também alguns Parguitos, alguns a serem devolvidos. Não por medida ilegal, sim, por medida, como direi..., talvez ética.
Com base naquela "regra", se é que tal se pode aplicar na pesca, que alvitra: onde há pequeno, os grandes hão-de aparecer, fui insistindo, mas o certo é que, quer com iscas pequenas, quer com grandes, aplicadas em modos variados, tudo desaparecia ao minuto, e os maiores..., nem vê-los.
Uma pequena aguagem, quase imperceptível usando chumbadas de 120g, fez-me pensar que talvez pescando à chumbadinha fora da zona por baixo do barco, e mais alto na coluna de água, algo melhor poderia ser enganado, antes que os gaiatos engodados chegassem à isca.
Peguei na outra cana, apliquei-lhe uma chumbada de correr com 30g, um anzol 8/0, e isquei uma sardinha inteira, do rabo para a cabeça.
A água corria leve para a proa, contrária ao vento. O bico de pedra, onde o ferro se prendia, estava alinhado com a proa do barco. Lancei para esse lado, abrindo para estibordo, na direcção da beirada lateral da estrutura, deixando que o fio saísse sem interrupções e esperando que, tendo em conta a lentidão da descida, cavalas, bogas, choupas pequenas e carapaus, permitissem que a isca corresse em direcção ao fundo, eventualmente passando perto de ventas mais interessantes. E, as ventas que procurava, não sendo muitas, como mais tarde se veria, não se fizeram rogadas.
Não muito longe do fundo, a linha começou a sair com rapidez muito superior à da descida, deixei levar mais um pouco e travei-a, primeiro com a mão. A cana dobrou, baixei a asa de cesto e deixei cantar o carreto. Recuperei. Cantou mais duas ou três vezes e fui recuperando nos intervalos, até que cá acima chegasse o Pargo Dourado não muito grande que abaixo se vê.
Estava por ali haviam umas três horas e nada disto tinha conseguido. Ou chegou na altura, ou então..., vejamos o que me mostraram as entranhas quando lhes meti a faca: cabeças e rabos de sardinha, eram bastantes, assim como duas cavalas pequenas, meio mastigadas e com ar de terem sido ingeridas recentemente, tudo indicando que foi atraído pelos bocados que se vão atirando borda fora e entretanto foi-se divertindo, à grande, atrás do peixe miúdo que por ali andava, até que algo fácil lhe caiu perto e, vai daí..., tramou-se!
Será que foi assim? Talvez!?
Certo é que, após esta captura e durante mais umas 3 horas de pesca, usando a mesma técnica - chumbadinha - só uma meia dúzia de sargos legítimos, de tamanhos consideráveis colaboraram. As sardinhas inteiras e cavalas frescas, atadas com fio de silicone, iam sendo consumidas, mas pargos maiores, nem mais um. Porquê? Não faço ideia!?
Verdade que, atendendo à quantidade de peixe miúdo que, como tudo indicava, estava por baixo do barco, e à distância a que o pargo foi capturado, duvido que o tivesse conseguido se me tenho mantido a pescar ao fundo, com estralhos, por baixo do barco. Isto porque, com a quantidade de alimento vivo que por ali havia, dificilmente o bicho se aproximaria das minhas iscas a tempo de as ver inteiras, interessar-se, correr com os gaiatos e comê-las.
22 de Julho..., mais uma pescaria de última hora, desta vez acompanhado do meu amigo Fernando Fontes que por lá andava, também a solo.
Mesmo pesqueiro de 7 de Julho, sinais muito idênticos, e desta vez, foi a cavala fresca, iscada em filetes, em baixada a pescar ao fundo, que permitiu ao Fernando o exemplar que se vê.
Será que foi assim? Talvez!?
Certo é que, após esta captura e durante mais umas 3 horas de pesca, usando a mesma técnica - chumbadinha - só uma meia dúzia de sargos legítimos, de tamanhos consideráveis colaboraram. As sardinhas inteiras e cavalas frescas, atadas com fio de silicone, iam sendo consumidas, mas pargos maiores, nem mais um. Porquê? Não faço ideia!?
Verdade que, atendendo à quantidade de peixe miúdo que, como tudo indicava, estava por baixo do barco, e à distância a que o pargo foi capturado, duvido que o tivesse conseguido se me tenho mantido a pescar ao fundo, com estralhos, por baixo do barco. Isto porque, com a quantidade de alimento vivo que por ali havia, dificilmente o bicho se aproximaria das minhas iscas a tempo de as ver inteiras, interessar-se, correr com os gaiatos e comê-las.
22 de Julho..., mais uma pescaria de última hora, desta vez acompanhado do meu amigo Fernando Fontes que por lá andava, também a solo.
Mesmo pesqueiro de 7 de Julho, sinais muito idênticos, e desta vez, foi a cavala fresca, iscada em filetes, em baixada a pescar ao fundo, que permitiu ao Fernando o exemplar que se vê.
Uns quantos sargos legítimos e um ou dois pargos mais pequenos, compuseram o ramalhete, em dia calmo, sem pressas e algum peixe.
A chumbadinha não rendeu, não sei se devido à ausência de aguagem, ou, pura e simplesmente, por não ter caído na hora certa, no sítio certo e com a iscada certa. Nunca saberemos.
Agosto:
Tempo de família, férias com neta, e duas jornadas de pesca.
Jornada 1:
Pesqueiros baixos, alguns sargos legítimos, duas douradas, um sargo veado, com destaque para o maior exemplar que saiu ao meu amigo Gama, também com cavala fresca, "au filet".
A chumbadinha não rendeu, não sei se devido à ausência de aguagem, ou, pura e simplesmente, por não ter caído na hora certa, no sítio certo e com a iscada certa. Nunca saberemos.
Agosto:
Tempo de família, férias com neta, e duas jornadas de pesca.
Jornada 1:
Pesqueiros baixos, alguns sargos legítimos, duas douradas, um sargo veado, com destaque para o maior exemplar que saiu ao meu amigo Gama, também com cavala fresca, "au filet".
Grande susto que o gama apanhou, quanto o "artista acima", em fundo de 30 metros, fugiu direito a Porto Covo, quase lhe levando a a cana.
Belas as lutas destes bichos, em pouca profundidade.
Jornada 2:
Saída com o Manuel Matos, o Luís Pinto e o Zé de Almeida, companheiros do pesqueiro.pt, num dia de pesca difícil, em que os poucos peixes que entraram, valeram pela resiliência dos pescadores que nunca desistiram. A dourada, abaixo apresentada pelo Manuel, revelou-se o melhor exemplar desta jornada.
Setembro:
Mais um mês que ficou em branco. E logo este..., um daqueles que considero como um dos melhores para pescar. Paciência.
Outubro:
Mais uma ida para Sines, com as primeiras duas saídas sem capturas relevantes. Valeu o terceiro dia, também com os companheiros do Pesqueiro, em que os sargos foram os artistas principais, como este aqui apresentado pelo Luís.
Outubro:
Mais uma ida para Sines, com as primeiras duas saídas sem capturas relevantes. Valeu o terceiro dia, também com os companheiros do Pesqueiro, em que os sargos foram os artistas principais, como este aqui apresentado pelo Luís.
Aos sargos juntaram-se algumas outras capturas menos interessantes, e eu lá consegui rematar a pescaria com uma dourada maiorzita que, supostamente, daria o mote para outras irmãs, mas o facto é que foi a única do dia, caindo a uma iscada de duas postas de sardinha, mesmo tendo por ali outros anzóis iscados com caranguejo.
E assim terminou o Outubro, dando lugar ao...
Novembro:
Novembro:
Mais um mês, em que só consegui ir uma vez para Sines, durante dois dias e meio. Meio..., porque no 1.º dia cheguei pela uma hora da tarde, fui buscar o gelo e a isca para o dia seguinte, antes de uns arranjos que tinha para fazer no barco, nomeadamente trocar o ferro de fundear que tinha ido soldar uma unha.
Os trabalhos acabaram mais cedo que o previsto, o mar estava um espectáculo, e não resisti..., saí para apanhar o jantar, nem que fosse só para mim.
Certo é que, em pouco mais de uma hora útil de acção de pesca, fiquei com a caixinha térmica assim:
Em vez de apanhar o jantar só para mim, jantaram mais uns quantos e tive de congelar peixe. Posso-vos no entanto dizer que nos dois dias seguintes nem de perto se conseguiram melhores peixes, tendo em conta a proporcionalidade do tempo útil de pesca e até os exemplares conseguidos. E nem foi à falta de explorar os mesmos pesqueiros de formas diversas.
Como explicar? Não faço ideia!?
Dezembro:
Como explicar? Não faço ideia!?
Dezembro:
Último mês do ano, assim como a última e única pescaria possível, sem grandes capturas, tanto em qualidade, quanto em quantidade, realçando a dourada do meu amigo Severino, melhor exemplar do dia.
Assim foram os meses deste meu ano de 2017..., pesca com intervalos bem maiores do que gostaria, vontade de vir escrever, limitada por novos afazeres, alguns peixes, alguns testes de mar e muita consulta, incidindo no que, para mim, são adaptações de novas técnicas e materiais. Vamos ver o que nos traz o 2018.
Só para terem uma ideia, iniciei esta entrada no dia 23, e só hoje, dia 29, a consegui publicar. Tempos atrás, uma entrada deste tipo, quanto muito, se a iniciasse num dia, no outro estaria pronta.
Portanto, meus amigos, desta vez nada prometo. Vamos ver o que traz o Ano Novo, esperando que seja o melhor possível para todos nós.
Uma boa noite a todos os leitores.
Só para terem uma ideia, iniciei esta entrada no dia 23, e só hoje, dia 29, a consegui publicar. Tempos atrás, uma entrada deste tipo, quanto muito, se a iniciasse num dia, no outro estaria pronta.
Portanto, meus amigos, desta vez nada prometo. Vamos ver o que traz o Ano Novo, esperando que seja o melhor possível para todos nós.
Uma boa noite a todos os leitores.