domingo, 28 de outubro de 2007

A Minha Pesca - 23/Jan/07


Olá a todos!
Aqui me apresento para falar de Pesca...Qual Pesca? De mar, embarcada e lúdica como se refere na nova legislação; que desgraça! a seu tempo, lá iremos.
Ao iniciar este blogue, pretendo essencialmente fazer o que normalmente, nós pescadores gostamos quando nos encontramos no clube, na loja de pesca, na marina ou noutro local de reunião onde, sem marcarmos hora, sabemos que nos encontramos para falar da nossa actividade até à exaustão, contando o que se tem passado no nosso mundo, juntando à conversação algumas "mentiritas", normalmente inofensivas, que fazem um pouco parte da nossa maneira de estar, não vindo daí mal ao mundo.

É claro que não gostaria de ficar só por aqui, já que isto até dá um certo trabalho, poderemos ir um pouco mais longe e falar de coisas mais sérias, como por exemplo: contar as nossas "vitórias" e "derrotas", tentar perceber as razões que levaram a umas e outras, pormenorizando aspectos relacionados com material, iscas e técnicas utilizados; com os tipos de fundo e profundidades a que pescámos; com as marcações de sonda detectadas; enfim, com um sem número de factores que normalmente poderão afectar positiva ou negativamente a nossa jornada de pesca.
Estou portanto a sugerir, a quem tenha a paciência suficiente para me aturar, que já agora comente o que para aqui vou dizendo e que dê também o seu contributo para que possamos chorar nos respectivos ombros as "derrotas" e, em conjunto, celebrar as "vitórias" que outras vezes lhes sucedem.

Pesco na zona de Sines, em barco próprio, algumas vezes só, outras com a minha mulher e muitas outras acompanhado de amigos. Os resultados não têm sido maus, no entanto, como todos nós, tenho tido daqueles dias em que as coisas correm mal e todos os anteriores conhecimentos são postos em causa, o que me deixa ainda mais apaixonado pela pesca e com mais vontade de aprender a fazer cada vez melhor.

Na "Minha Pesca", não existem um conjunto de frases feitas que de tanto repetidas revelam conceitos com os quais não concordo. Como por exemplo: "hoje não há peixe", "o peixe não quer picar", "não vale a pena ir para o mar sem levar a isca "tal" ou "ele tem sorte porque está mesmo em cima do buraco" (pescador comentando o sucesso de outro a pescar ao seu lado).

Na "Minha Pesca", preocupo-me continuamente em perceber as razões dos sucessos e dos insucessos através da prática frequente, do estudo contínuo de locais, tipos de fundo, iscas, materiais e técnicas mais adequados ao tipo de espécies que persigo, assim como da troca de impressões com outros pescadores, lúdicos e profissionais, adeptos das mesmas perseguições e que tem gosto em trocar conhecimentos sem pruridos.

As espécies que mais procuro são o pargo, a dourada, o sargo e robalo ao fundo e a meia água, e, entre Junho e Outubro tenho feito algumas incursões na Pesca Grossa, onde não tenho tido grande sucesso, o que se explica pelas poucas vezes que o tenho feito, assim como, pelo tempo e dinheiro que se despende e que não se coaduna muito com a minha vida pessoal e profissional. Com o tempo talvez ainda lá vá!?

O meu dia de pesca perfeito compõe-se de uma preparação anterior cuidada, um mar relativamente calmo com uma pitada de vento para aproar o barco, ver tudo a funcionar adequadamente ao local e espécies pretendidos, com capturas a condizer, ir e voltar sem percalços, e, finalmente, uns copos e petiscos com os companheiros de pesca ou, caso vá só, ir petiscar a algum lugar onde se encontre gente que aprecie ouvir as minhas histórias do dia. Claro que me concedo o direito de omitir o fim ideal do dia quando pesco com a minha mulher.

Depois de toda a conversação anterior onde pretendi deixar um conjunto de "dicas" sobre a minha pessoa, passo a descrever a "derrota" com que fui brindado na minha última jornada de pesca que não corresponde certamente à fotografia que inicia esta página, tirada em fins de Outubro/2006, num daqueles dias perfeitos.

No passado Sábado, dia 19/Janeiro, saí para o mar, a solo, à procura dos pargos. No dia anterior preparei cavala, sardinha fresca, bomboca, caranguejo vivo e polvo fresco.
O material utilizado era constituído por duas canas de 3,00 metros e uma de 3,60, com carretos e linhas a condizer, tendo em conta que as duas canas mais pequenas e robustas se destinavam a pescar nos caneiros, com montagens mais pesadas (0,45 no carreto, madre de 0,50, estralhos de 0,45 com 70 e 80 cm e anzóis 2/0 e 3/0).
Nestas canas utilizei alternadamente as iscas mais duras que referi, usando a cana de 3,60 a pescar ao sentir onde também pratiquei, relativamente às iscas, o princípio da alternância, com o objectivo de detectar que outros peixes se encontravam no local e aumentar o frenesim de comida, na presença de peixe mais miúdo.

O local que escolhi foi um fundo com entralhados a 107 metros de profundidade, na cetomba de um pontão que subia aos 92 metros, apresentando a sonda uma leitura em que se via alguma comedia por cima do pontão e nos entralhados sobre os quais coloquei as iscadas.
Ao fim de quatro horas, entre as 10.00 e as 14.00, o saldo foi de um pargo com 1,1 kg que caiu ao caranguejo, na cana de 3,60, e algumas choupas sem medida que de pronto foram devolvidas à procedência.
Analisando esta desgraça, parece-me poder dizer que as razões do insucesso poderão estar sediadas mais no local escolhido que nos materiais e iscas utilizados. Quanto à técnica (pesca de fundo) pareceu-me a mais adequada atendendo à época do ano, embora considere que poderia ter tentado a "zagaia", se bem que penso não se dever misturar, na mesma jornada, técnicas diversas num curto espaço de tempo, o que poderá levar à má execução destas com consequente dificuldade de retirar ilações sobre o dia.
Outros factores poderão ter influído negativamente, como por exemplo: as marés serem muito vivas; a forte aguagem que, permitindo pescar bem, era significativa; as horas em que decorreu a acção de pesca não serem as melhores, embora o pargo pareça gostar de comer com sol alto; sol este que esteve presente proporcionando-me um dia maravilhoso onde me parece ter faltado o saber e o engenho para dar com "eles".

Das análises produzidas, posso dizer que à excepção da falta de peixe, o dia foi perfeito, culminando com o relato das minhas desgraças pesqueiras junto de um grupo dos nossos, bem comido e bebido, seguido de volta a casa, consolo da família e descanso do guerreiro.
Espero então que companheiros leiam estas palavras e comigo se relacionem neste local que pretende ser um ponto de encontro para pescadores.

1 comentário:

Nuno Paulino disse...

Um escrito sem comentários neste blog, é uma coisa inadmissivel.
Como tal cá estou a preencher esta branca.
Não costumo comentar o teu blog por ter o previlégio de ser teu amigo e de quase diariamente partilharmos aventuras e desventuras e quando aqui chego nunca sei o que escrever.
Mas em branco é que não.
Um abraço amigo.

Nuno Paulino