terça-feira, 30 de outubro de 2007

"Zagaia" - Decorações e Pesos! - 19/Junho/2007

Neste "pensar alto" a que me tenho dedicado ultimamente, relativamente a este tipo de pesca, vou manter-me fiel quanto aos materiais que já vi funcionar com sucesso, na "Coroa da Arrifana", independentemente de saber que existirão outros que certamente poderão obter bons resultados.

Consequentemente, esta atitude implicará que os leitores mais interessados vão consultando as anteriores entradas dedicadas a este assunto.

As decorações e alterações que se podem fazer numa amostra para este tipo de pesca têm dois objectivos principais:

- Aumentar a segurança ao trabalhar o peixe, alterando as fateixas ou anzóis, no caso das amostras que os têm, quando se verifique qualidade pouco fiável dos referidos acessórios que trazem originalmente!

- Torná-las mais atractivas, quer em termos de côr quer em termos de movimento, aplicando outras amostras mais pequenas que, para além de aumentarem a cobertura de fateixas e/ou anzóis, poderão melhorar significativamente os movimentos imprimidos!

Quanto à segurança, foram-me indicados alguns cuidados que passo a referir:

- As amostras pesadas que tenho vindo a apresentar, vêm equipadas com fateixas que deverão ser colocadas na ponta mais pesada da amostra, evitando assim que, na fase descendente, a fateixa suba e se enrole na madre. Isto deverá ser testado e efectuado, independentemente de colocar a fateixa no lado representativo da cabeça ou do rabo.

- Deveremos apreciar as fateixas quanto à sua capacidade de resistência a partir e a abrir, substituindo-as, caso se verifique necessidade; assim como, à capacidade de perfuração, afiando-as. A Gamakatsu, entre outras marcas, tem umas fateixas um pouco caras, mas extremamente fiáveis.

- As fateixas vêm ligadas às amostras, por argolas tipo "Porta-Chaves" que deverão ser objecto de idêntica verificação e eventual substituição.

- As amostras serão então ligadas à madre através dos destorcedores que se veêm na foto acima, podendo dessa forma substitui-las fácilmente, optando ou não por disfarçar este acessório com tubos de plástico ou de qualquer outra forma, ao gosto de cada um, embora não se tenha até ao momento verificado a necessidade dessa decoração.

Relativamente ao movimento (ver entrada sobre movimentos):

- Nos movimentos descontínuos imprimidos, os "polvinhos" que cobrem as fateixas, devido à articulação livre com a amostra, têm movimentos contrários, aumentando assim, supostamente, o efeito de atracção.

- Nos movimentos contínuos, obrigarão a amostra a mover-se em "zigue-zague", o que criará também movimentos exagerados e susceptíveis de atrair os predadores.

- Observando a foto com atenção é possível verificar-se que há "polvinhos" montados com os raios na direcção dos bicos da fateixa e outros na direcção da haste, sendo que os primeiros têm tendência a fechar-se durante a maioria dos movimentos imprimidos e os segundos a abrir-se. Podendo ainda, através do corte de alguns raios, no seu comprimento, torná-los mais resistentes ao movimento contra a água e consequentemente apresentar outro tipo de formato e movimento.

Quanto às cores a utilizar nas decorações, parece poder dizer-se que:

- Deverão existir amostras com decorações de côr idêntica!

- Deverão existir amostras com decorações de côr algo diferenciada ou até contrastante!

- Uma das cores decorativas (polvinhos) que melhor tem funcionado, em dias e águas com diferentes colorações, tem sido os tons de amarelo misturado com o laranja, vá-se lá saber porquê!?

As possibildades de movimentos diferenciados, originados pelo pescador e com resposta maximizada da amostra em conjunto com as cores utilizadas, parece, tendo em conta os resultados que observei, contribuirem significativamente para o sucesso de uma jornada deste tipo de pesca, desde que haja acerto com o local e as condiçõs do mar e do vento sejam favoráveis. Verdade que, se a deriva for muito rápida devido ao vento, será melhor ficarmos em casa ou levar isca e pescar fundeado.

Pesos das amostras:

Relativamente a este assunto, impõe-se que raciocinemos em conjunto, parecendo-me que não haverá grande necessidade de recorrer a resultados, assim vejamos:

- Maior profundidade e deriva mais rápida, parecem requerer maior peso da amostra!

- Menor profundidade e deriva mais lenta, poderão diminuir significativamente o peso escolhido. Isto, se não chegarmos à conclusão que mesmo com pouca velocidade de deriva e pouca profundidade, uma amostra maior poderá desafiar um peixe maior, e aí a coisa terá de ser pensada e testada!

- O mercado oferece pesos variados, no entanto, relativamente ao que me tem sido dado verificar, parece poder dizer-se que entre 80 e 180 gramas, poderemos estar muito bem servidos, isto no que se refere a Pargos!

Não se pretende, com tudo o que foi dito, fazer um manual de pesca à Zagaia, mas sim deixar um conjunto de informação que permita um bom leque de hipóteses para testar e aprender continuamente sobre esta vertente da pesca embarcada! Eu cá ando sempre a tentar! Falta-me tempo! E, se não me faltasse tempo, faltava-me aquilo com que se compram os melões!

Discordem! Concordem! Chamem-me nomes! Mas digam qualquer coisa! Não me obriguem a fechar a porta ou a mudar isto de sítio que dá uma grande trabalheira!


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