terça-feira, 30 de outubro de 2007

"Zagaia" - Uma História Verídica para Rir ou talvez não!?


A presente história, de algum modo, fundamenta algum do conhecimento que fui adquirido nesta área da pesca embarcada, representando também um dia inesquecível, pela maior derrota, em toda a minha vida ligada à pesca lúdica.

Era um fim de semana de fins de Julho de 2003.

O trabalho na escola já estava morno, o que me permitiu tirar a Sexta Feira para usufruir de três dias de pesca intensa, sendo que a Sexta e o Sábado estavam destinados à pesca de fundo em Sines, com partida de carro para Lagos no Sábado ao fim do dia, onde jantaria, dormiria e pescaria à Zagaia, no Domingo, com o meu amigo Carlos Cruz e outros companheiros que se podem ver na foto acima.

Após duas boas pescas de pargos em Sines, quer na Sexta, quer no Sábado, barco lavado e fechado, material pronto, banho tomado e lanche comido; eis que por volta das 19.30 de Sábado arranco para Lagos, cansado mas satisfeito porque o fim de semana parecia que ia recomeçar e as sensações de mais uma pesca e mais um dia no mar, traziam-me ânimo redobrado e retiravam-me o cansaço de dois dias de pesca. Pensava eu..., mas estava feliz.

Chego a Lagos e encontro-me com o meu amigo Carlos, dirigindo-nos de imediato ao barco dele, onde preparámos tudo para sair por volta das 5.00 horas da manhã do dia seguinte.
Toda esta preparação, terminou por volta das 10.30 da noite, estando nós completamente esfomeados e com um arroz de pato à espera, preparado pela Ana, e, já referenciado como um dos melhores que se podem comer. É aqui que se inicia a minha desgraça.

A fome era muita, a sede também, mas, como sabem, água e arroz de pato são coisas que não ligam muito bem, assim como, comesainas e vinho bom, tarde e más horas, antes de um dia de pesca intensa, em mares da qualidade dos que se costumam encontrar para Norte do São Vicente.

Como se o atrás referido não bastasse, acabámos de comer por volta da 00. 30 horas e eu, cansado como estava, embora não desse por isso, deitei-me a dormir no sofá, tendo sido acordado à pressa por volta das 4.30 horas, sentindo-me como se tivesse acabado de jantar naquele preciso momento, cheio e enfartado. A teimosia de querer ir pescar, pensando que tudo ficaria bem à medida que o organismo fosse reagindo ao longo do dia, lá me fez embarcar para uma jornada da qual nunca me esqueceria.

Bom pessoal, eu nem sei se conte isto!? Mas o que é certo é que, durante todo o Santo dia, vomitei!

Fiquei tonto e com frio entranhado nos ossos como se não estivessem quase 30º de temperatura. De tal maneira que não consegui pegar numa cana ou ficar de pé durante quase 12 horas. Mas se isto não bastasse, olhem para cima, para a foto, tirada por mim, porque me quis castigar por ser estúpido e por não pensar previamente que podia estar ali com os outros a exibir um só que fosse daqueles exemplares, mas sim ao lado, sentado e agasalhado todo o dia, a vomitar e com tonturas.

O que vi, foi cada um daqueles bichos a serem tirados de forma soberba pelos meus companheiros, utilizando as amostras e técnicas de que tenho vindo a falar nas anteriores entradas, pensando que ao menos outros aprendam quer com a minha estupidez quer com o que se passou nesse dia muito bom/muito mau, depende da perspectiva.

Espero que esta "lição", vos sirva, como me serviu a mim, pois outras pescas foram feitas, não tão boas como esta, que aliás, não perco a oportunidade de contar, pois não a quero esquecer de forma alguma.
Claro que, já nem quero referir as "bocas" que ouvi durante todo o dia (ou ainda hoje quando os encontro e a história vem à baila), pois o pessoal da pesca, na sua maioria, não perde uma oportunidade destas para se divertir. E que oportunidade!

Para finalizar é importante que se perceba que esta é uma técnica de pesca extremamente exigente, quer física, quer psicologicamente, e que, teremos de partir para ela respeitando esses requisitos sob pena de estragarmos o nosso dia de pesca e, nalguns casos, o dia de pesca dos outros.

Boa tarde a todos os leitores

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