domingo, 3 de fevereiro de 2008

As perspectivas... Os comodismos...

Alimentei a fé durante toda a semana!

Sim! Durante toda a semana, nos momentos em que tive tempo para pensar na pesca, fui alimentando a ideia que neste Sábado e Domingo iria procurar outros mares, pois no passado fim de semana pareceu-me que era hora de mudar de pesqueiros, demandando outras zonas, outras profundidades, outras técnicas!

As perspectivas eram muitas, diversificadas e, supostamente, fundamentadas!

Acompanhei a meteorologia a par e passo, tendo esta revelado sempre, um bom dia para Sábado e um Domingo que passou sucessivamente do mau para o bom e do bom para o mau, até se fixar definitivamente nesta última categoria! Azar!

Na Sexta lá fui para Sines, com a ideia de gozar bem o Sábado, pensando para comigo que o aproveitaria, testando outros locais e não pensando sequer em me preocupar com as capturas! Estranho... Não é? Para mim não!

Quando vou procurar novos/outros pesqueiros, começo por dar importância a experiências passadas, tenho em conta as espécies que pretendo encontrar, o estado do mar, a conjugação entre técnicas, iscas e montagens a utilizar. Depois é escolher o local e sondar... Sondar até perceber que tipos de fundo e sinais esta me dá, e, se estes são similares a outros que me proporcionaram, ou não, as correspondentes capturas, sendo que estas, encaro-as como o resultado da procura; razão pela qual, dou mais apreço ao facto de ter sido capaz de as descobrir e capturar e ao que isso me trás em termos de conhecimento do meio e da actividade do que, propriamente, o facto da captura em si! Não sei se me faço entender?
Posso dizer-vos que já aconteceu deixar de pescar num determinado pesqueiro, numa determinada época, só por achar que era demasiado fácil. Sou um bocado doido! Eu sei! Mas vamos fazer o quê?
Bom! Fui jantar e na hora do café combinei com o Tavares a pesca do dia seguinte, referindo-lhe as minhas ideias de explorar uma zona onde, no ano passado, já tinha pescado, sem sucesso, parecendo-me no entanto que aplicando alguns novos conhecimentos, técnicas e iscas, aquele fundo poderia dar outros frutos! Caso não desse, pois havia muito para explorar, assim o tempo e o mar o permitissem!
As prespectivas ficaram no ar, servindo de mote para os sonhos desta noite, pelo menos para os meus!
Acordei, eram 6.30, com o barulho da chuva a cair no tombadilho, pensando de imediato que seria passageira, sem querer sustentar a hipótese da malfadada me tornar o dia desagradável, mesmo sendo necessária.
Fomos tomar o pequeno almoço e apressámo-nos enquanto a chuva parou, não fora a continuação desta interferir com os trabalhos matinais que precedem a pesca!
Saímos, apercebendo-nos que o humor, daquele sobre o qual navegávamos e a quem tencionávamos extorquir algumas riquezas, não era dos melhores, atendendo a que, ainda dentro do porto, já se sentia a vaga desencontrada com o vento e, ao olhar a linha do horizonte, verificavam-se as curvas anunciadoras da vaga crescida que corria lá fora, enquanto o Arco Íris sorria para nós, como mostra a foto de abertura.
Mais por comodismo que pelo estado do mar, resolvemos ficar ali por perto e ver se as condições mudavam ao longo do dia, permitindo-nos, mais tarde, perseguir as nossas pretensões.
Fundeámos em pesqueiro conhecido, com sinais razoáveis mas muito variados ao longo do dia, assim como a posição do barco que constantemente mudava entre a proa de Oeste e a de Norte, conforme os caprichos do vento, normalmente indicadores de frentes que andam lá por fora ou que estão para entrar.
O mar foi melhorando e já se ria para nós, assim como o Sol que fez a sua aparição na hora do almoço! Boa hora para aparecer! Assim comemos quentinhos!
O dia foi decorrendo, com calma, almoço, pouco peixe, lanche e volta ao porto, esquecendo-se as perspectivas iniciais.

Deixámo-nos vencer pelas variações do mar, pelas primeiras impressões e pela letargia que o Sol nos proporcionou quando apareceu em todo o seu esplendor! Também por alguns sinais inconsequentes sentidos pelas "picadas" dos nossos amigos que subiram, poucos e com medidas a que já nos habituámos, de algum modo castigando o comodismo que se instalou!

Quatro Parguitos para aí de 800 gramas, algumas Sarguetas e Choupas com mais que a medida necessária e a Saima à frente do pensador comodista, salvaram o dia em termos de capturas.

E aquele mar que está por trás!? Então não é mar para procurar? Claro que sim! Preguiçosos! Essa é a verdade!

Não faz mal! Fica para a próxima! Preguiçar também faz falta!

Boa noite e bom Carnaval!

3 comentários:

MarioBaptista disse...

É Ernesto, é o eterno fado dos inconformados, é sempre em eterna procura do que fizemos de bem ou de mal, do que podemos melhorar ou mesmo inovar, e no fim os resultados aparecem...Claro dá trabalho! Muito trabalho, mas não será isso um dos maiores encantos deste hobbie?

Grande abraço!

Anónimo disse...

Viva Ernesto, então este fim de semana deu para o conformismo, hein? mas mesmo assim ainda deu uma bela Saima.
A busca de novas coisas, com os Elementos (tempo e mar) a nosso favor e aliadas a um conhecimento já adquirido, também tem a sua beleza e é por certo também uma paixão. Este fim de semana os Elementos não quiseram ajudar, fica para a próxima.

Abraço
Paulo karva

MR disse...

Como nos vem habituando excelente relato.
fico pregado ao monitor a ler os seus relatos, espectaculo
boas continuações.
AB