domingo, 14 de fevereiro de 2010

Vamos lá então... Iniciar o 4.º ano de escrita!


O mau tempo, trabalhos suplementares e o descanso a que me recolhi depois daquela última entrada sobre material, arredaram-me daqui por mais tempo que gostaria. Mas a vida é assim mesmo!

No fim de semana de 30 e 31 de Janeiro, o tempo abriu e permitiu pescar. Foram dois dias de procura e pouco peixe, momentos habituais nesta época do ano, em que que a fobia das Douradas atinge o seu término e tudo começa de novo, procurando novos pesqueiros, novas técnicas e sempre... Os exemplares maiores.

As Douradas tendem a espalhar-se por mares próximos das zonas de concentração, os Pargos por vezes ficam por lá e outras... Nem tanto. Talvez porque o tempo não deixou que os pesqueiros se mantivessem engodados e interessantes, talvez por tantas outras razões que se desconhecem.

No Sábado 30, fui com o Brás e o Hipólito!

Procurámos résteas de Douradas ou os Pargos que costumam andar nos pesqueiros mais concorridos por estas espécies, nesta época do ano, mas, sucediam-se marcações de sonda com fundos desertos ou mal concorridos, pelo que resolvemos procurar outros mares.

O primeiro pesqueiro onde tentámos as nossas artes, muito prometeu mas por promessas se ficou com a captura do Sargo que abre esta entrada e de um Parguito Bandeireiro, ambos capturados pelo Brás.


Arrependi-me mais tarde de ter saído deste primeiro pesqueiro mas, estivemos lá tanto tempo, variando tanto e com toques tão irregulares que a opção de mudar surgiu-nos como a salvação do dia, o que não se verificou!

Fica a pergunta: se temos por lá ficado, atendendo à produção da manhã, não seria que à tarde a coisa se dava? Não sabemos e certamente não vamos sabê-lo nunca!

O fim do dia chegou, com umas quantas Sarguetas e uma ou outra Choupa pelo meio, numa fraqueza de pescaria que há muito estava esquecida. Foi bom! Assim não dá para pensar que já estamos a dominar o assunto e tal... Há que acordar e pensar sobre as resoluções tomadas e resultados obtidos, à frente dum petisco e do tinto de Pias, lá do Zé Beicinho que, em conjunto com o João Martins, formariam a minha campanha do dia seguinte.

O Domingo acordou bonito, com mar calmo e a vontade de usar tudo o que soubesse para encontrar melhor peixe e colmatar a "secura" do Sábado.

Assim que me levantei, perguntei-me: onde é que errei? Talvez em procurar os mesmos pesqueiros onde as Douradas têm andado? E se hoje estão diferentes? E se for para Norte?

Decidi-me! Ia lá voltar e sondar, assim ficaria com uma ideia... Caso os fundos estivessem iguais, procurava outros onde há muito não ia.

Assim foi!

Corremos os fundos do dia anterior e as zonas em volta, sendo que tudo se mantinha igual... Nada de peixe!
Fomos para mais longe e mais fundo; fundeámos em dois locais em que as marcações de sonda, mostravam sinais pouco significativos mas que por vezes dão frutos, mas nada... Umas picaditas e a seguir iscas para baixo e para cima, umas vezes comidas, muitas outras completamente intactas! Que raio se passa aqui? Perguntava-me! Onde anda o peixe? Será da Lua Cheia? Andarão encostados a terra, com esta temperatura de água? Não é hábito... Mas nunca se sabe! Vou à terra!

Enquanto se desenrolavam estes pensamentos, lembrei-me de um pesqueiro a 55 metros, onde há muito não pescava e que ficava em caminho, decidindo que sondaria por ali antes de rumar aos pontos de terra onde tinha pensado ir. Eram 13.00 horas e, quanto mais rápido se encontrasse pesqueiro, melhores as hipóteses de capturar alguns exemplares e assim compôr mais esta jornada de pesca que, em termos de capturas, se adivinhava com um desfecho pouco auspicioso e muito semelhante ao do dia anterior.

O GPS indicou-me que tinha chegado ao local. Parei o barco, liguei a sonda e comecei a percorrer trajectórias paralelas sobre as curvas de nível conhecidas e onde nunca deixei qualquer marca, muito por raramente encontrar peixe em um mesmo ponto daquela zona. Esta, é tão rica de pequenos pontões, limpos e entralhados que o peixe se pode fixar em locais variados, numa extensão considerável, parecendo-me preferível conhecer bem a zona, tendo em conta a configuração apresentada na carta do GPS, a ficar prisioneiro de um ponto marcado num dia em que, por mero acaso, se obteve sucesso em um, entre tantos e tão próximos belos fundos.

Os fundos representados na sonda passavam perante os nossos olhos, entre 50 e 55 metros, aguardando-se as imagens que nos fariam decidir o fundeio. De repente, o peixe apareceu no fim duma parede, a 52 metros de profundidade, estendendo-se a marcação, forte e agarrada à linha de fundo, até aos 55 e continuando ao longo do limpo para além do pontão, no sentido da sondagem. Finalmente... Pensei!

Não "embandeirei em arco"! Antes, resolvi passar várias vezes, tentando assegurar que a marcação se mantinha e que o peixe não estaria unicamente a passar por ali. Não estava! Parecia fixo e... Recomendava-se o fundeio.

Largámos o ferro onde queríamos, demos cabo e ficámos em cima da marcação. Depois... Foi pescar, variando iscas e formas de iscar, com o peixe inicialmente a picar com ar tímido, transformando-se esta timidez no habitual e necessário furor por qualquer comida (Sardinha, Lula, Camarão...) que se transformava ora em subidas "ao minuto" para repôr iscas, ora em capturas que, não sendo de monstros marinhos, asseguraram alguma qualidade de luta.

O Zé Beicinho com um dos Parguitos:


Eu com outro:


O João com a sua Bica, já com o dia a dar as últimas:


A jornada chegava ao fim, estávamos satisfeitos por termos tido o privilégio de mais um dia de mar calmo e por termos sido capazes de transformar momentos de nada em outros de muito, considerando o tempo útil em que conseguimos "falar" com peixes e trazê-los até nós. Ainda foram uns oito ou nove Parguitos, a Bica e uns quantos dos outros, com uma ou duas fugas que deixaram no ar a presença de maiores.

Este pequeno relato coloca-me quase em dia com os leitores... Só não o fico totalmente porque, enquanto escrevo estas linhas, neste Domingo de Carnaval, já tenho para contar a pesca de ontem, Sábado, também de Entrudo, mais uma que penso contar-vos ainda durante esta interrupção lectiva. Até lá, divirtam-se!

Uma boa noite a todos os leitores!

5 comentários:

Marco Aurélio disse...

boas Ernesto!
ja deu para matar o vicio

um abraço

Jose Valle disse...

Buenos peces, pero mucho frio...
Felicitaciones y un saludo.

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

Grato pelos comentários!

É verdade Marco... Sempre se matou o vício! Ehehehe

Olá Jose!

Verdad que hace mucho frio e las capturas estan mas dificiles pero... tenemos sempre que ir!

Saluto

Eu Adoro o que Faço disse...

Ernesto - "...enquanto escrevo estas linhas, neste Domingo de Carnaval, já tenho para contar a pesca de ontem, Sábado,..."

acredita que para estou a ler este teu ultimo artigo a para mim parece-me que foste pescar ontem,
amanhã contas a tua pesca de "Hoje"
1 abraço e claro parabens pela tua pescaria.

Ernesto Lima disse...

Viva Zé!

É verdade... Não tinha ainda falado desta pescaria por aqui.

Foram dias duros e difíceis, importantes para perceber diferenças e até como base à pescaria que falta contar.
Assim que puder... Sai comparação!

Abraço

Ernesto