terça-feira, 16 de março de 2010

Limitações...


A vida apresenta-nos continuamente limitações ao que mais gostamos de fazer. Muitas ou a maioria delas impostas por outrém, outras que nos auto impomos por razões de vária ordem, como sejam o gosto do momento, a falta de vontade, a  pura preguiça... Por vezes sem nos apercebermos que nem nos limitámos, unicamente alterámos comportamentos ou não fizémos aquilo que tencionávamos, pura e simplesmente porque não deu... Aconteceu e foi bom na mesma!

O passado fim de semana foi mais ou menos isso!

Um mês volvido após a última pesca, limitado pelas condições climatéricas, avizinhavam-se a Sexta à tarde, o Sábado e o Domingo com bom tempo e o Mar todo por minha conta... Não foi bem assim!

O Mar esteve lá, como não podia deixar de ser, mas, quer na Sexta, quer no Sábado e com alguma interferência ainda no Domingo, o vento e o mar não foram bem a calmaria que se esperava, assim como, a vontade de os gozar, sem levar muito balanço, acabou por limitar a nossa pesca no que às hipóteses de maiores exemplares diz respeito.

Estes interregnos prolongados não são grande coisa... Vejam lá que na Sexta Feira, já tarde, ainda fui zagaiar mas, o vento que se fazia sentir e a vontade que tinha de estar ali pela marina a gozar o barco, os sons e a preparar as pescas com algumas paragens para comtemplação e pensar as coisas, fizeram-me andar cedo para o porto e borrifar-me para a pesca. Ficou doido! Exclamarão alguns de Vós. Dirão outros: o gajo está velho!

Sinceramente... Não sei ao certo. O que sei, é que me soube tão bem que não o trocava por nada, naquele tempo em que aconteceu.
Pergunto agora: autolimitei-me ou fiz o que me deu na real gana? Acho que foi o último caso e que bom ter tomado essa decisão. Que bom poder decidir, nem que seja só por algumas horas, como utilizar o nosso tempo.
Não pesquei, pensei a pesca e descansei o "cadáver" que estava a precisar. Para todos os efeitos tinha dois dias à minha frente, embora tenha falhado a zagaia onde tanto quero incrementar os meus conhecimentos. Outros dias virão e, se não vierem, paciência!

Estão a ver o que me foi pela cabeça, enquanto pensava a pesca... Digam lá se estas ideias que acabo de descrever não soam mesmo a falta de Sines e de pesca? Malvado interregno de um mês em que sobrou trabalho e nem convosco consegui falar. Adiante...

O fim de semana estava programado. No Sábado vinham o Letras, o Zé Custódio e o Elias; no Domingo, o Zé Beicinho, o Zeca e um outro amigo (não digo o nome) que acabou por não vir, muito por ter abusado na cabidela de Fraca de Sábado à noite que não o deixou em condições de participar nas lides da última jornada. Maldita da Fraca, se era indigesta!?

As promessas estavam no ar... Até a cana do blog por estrear! Ah é verdade, ainda não vos contei... O blog tem uma cana só dele, personalizada, feita de raiz pelo meu amigo Nuno Paulino. Tenho de o dizer: Uma obra de arte, potente, sensível, embora com algum peso, mas pronta para nos servir com um exemplar que aqui o autor vai tentar capturar com ela, para que esta peça única se enobreça com uma captura à altura da sua beleza. A foto de entrada mostra a besta mas, se quiserem vê-la em pormenor, consultem o link http://www.canasmadeinportugal.blogspot.com/ e depois digam o que acham.

O Sábado e o Domingo desencadearam duas jornadas muito idênticas, com algum vento, muito trabalho e deixando mais uma vez a indicação de que, nesta época, os maiores exemplares deverão ser procurados em fundos diversos, em maiores profundidades e, consequentemente em zonas um pouco mais afastadas, onde não fomos, muito pelo pelo vento que, em conjunto com a nossa vontade de estarmos relativamente confortáveis, terá contribuído para não nos afastarmos muito, dando origem a pescas trabalhosas e pouco frutíferas no que a exemplares de maior porte diria respeito.

Um aqui, dois ali, outro acolá... Os peixitos foram entrando e as pescas foram-se compondo, sempre com entusiasmo, mas com paragens para almoço (mau sinal) e as mudanças de pesqueiros, da praxe, quando não se acerta com as suas melhores épocas e, quem sabe, horas do dia.

O relato fotográfico, começa com o Sábado e com o Parguito do Letras:


Também o Elias, com o seu:


O Sargo do Zé Custódio:


E rolou assim o dia, em termos de capturas, chegando-se ao fim com uns sete ou oito Parguitos, outros tantos Sargos, algumas Sarguetas e Choupas; sempre iscando para maiores mas com a falta de comparência destes, por eventualmente não ser a melhor época para os procurar onde o fizémos.

O ritmo de Domingo foi idêntico assim como as capturas que, embora um pouco maiores em número, pouco se diferenciaram.

O Zé Beicinho e um Sargo que foi glutão e aleijou-se! Nada a fazer... O sangue não é bonito, mas uma consequência real que alguns teimam em ter receio de mostrar por politicamente incorrecto.


Peixes variados, entre os Parguitos da ordem, como a abrótea do Zeca que abaixo se apresenta e que não foi a única.


Correram as horas, os dias, as conversas, as capturas, a patuscada, conversa fácil, piada, algum peixe, muito trabalho, Sol, Mar... Muito bom, depois de tamanho interregno. Pena que o próximo fim de semana também já esteja comprometido devido ao mau tempo, mas outros dias virão em que outras histórias, outras pescas, outras capturas... Encherão páginas e nos deixarão de peito inchado, escrita e leitura fluentes.

Até lá, entretenham-se com estas minhas divagações e alguns peixes!

Boa noite a todos os leitores.

6 comentários:

ninofrancescato disse...

hola ernesto o seu blogger esta muito bello estou sempre dando olhada seu amigo nino

Anónimo disse...

Grande alarve esse amigo que falhou a saída de domingo, Ernesto!
Dois pecados capitais num fim de semana, gula e mais grave ainda, falta de comparência a uma pesca no Makaira
O diabo da fraca instalou-se no estômago e não saiu de lá a noite inteira
Moral da história: nada de excessos na véspera de uma embarcada e horas de sono cumpridas como manda a lei... Ficou a lição
Quanto à sua pesca tem sido um pouco atípica, à semelhança do que sucede com a meteorologia
Mas os grandes hão-de entrar mais tarde ou mais cedo. Até lá ficam os bons momentos passados com os amigos, o estudo e reflexão de novos e velhos pesqueiros, a rodagem de novos equipamentos, tanta coisa...

Abraço JM
.

Jose Valle disse...

Buenas capturas Hernesto, esta claro que no perdeis ni el tiempo ni una marea..
Felicitaciones y un saludo.

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

Grato pelos comentários!

Ao Nino:

Esse Nino (Natalino digo eu! Ehehe), há muito que não nos vemos. Gostei que comentasses o blog e fico satisfeito que gostes. Abraço para ti e um beijo para a Luísa!

Ao João:

Pois é amigo... Há coisas que não controlamos. Pagou-se o bem que soube com o mal que fez. Vamos ter outras oportunidades!

Olá José!

Tiene que ser hombre! El clima nos tem atormentado en este año... Tenemos de aprovechar.

Abraço a todos

Ernesto

Anónimo disse...

Bom dia Professor,

com essa cana personalizada do Nuno Paulino nem é preciso iscar que os peixes são atraídos pelo seu glamour (da cana) ! Lol
Também eu, sou possuidor duma 7even, mas uma do povo (a first edition telescópica), que se tem portado à altura do pescador (tenho 2 metros)!
Agora esse amigo da cabidela, francamente, ele devia era levar uma falta a vermelho, com participação ao conselho executivo, porque faltar a uma jornada de pesca a bordo do Makaira.... nunca! A minha ementa obrigatória em véspera de pesca é bife grelhado com massa e 4 horas de caminha (não é a do Minho!).

Um abraço
do seu aluno,
Pedro

Ernesto Lima disse...

Viva Pedro!

Grato pelo comentário!

Já vi que consigo vou ter de "papar" com a tal de professor... Ehehe

Quanto à cana, os peixes só não se atiram a ela porque quando a vêem já estão em stress. Hehe
Quanto ao homem da cabidela, temos de o deixar sossegar, já sofreu o que tinha a sofrer. Ehehehe

Quanto a "dietas" no dia anterior, quanto pior mar se esperar, mais cuidado com as "comesainas" e "acompanhamentos" se deve ter.

Agora umas horas boas de sono, não devem faltar, embora não seja grande coisa ir para a cama de barriga cheia.

Não levo isto muito à letra, mas...

Abraço