Sines à vista... eu e o Eduardo, amigos de longa data, bancos de escola, filhos e netos que se conhecem e privam, venturas e desventuras partilhadas... fomos pescar!
Não que nunca o tivéssemos feito, antes pelo contrário, mas há algum tempo que o não fazíamos, muito pela minha deslocação para Sines e outras mudanças de vida... minhas e dele.
Quarta Feira, dia 1 de Junho, chegamos a horas de ir procurar o jantar, ali não muito longe, e... até apanhamos mais que o necessário. mas não tem problema, bocas há muitas e o peixe é de qualidade...
... assim como a companhia. Trocam-se conversas, pensa-se no que fazer no dia seguinte, bebe-se mais um copo e procura-se o vale dos lençóis onde, a pequena acção de pesca tardia já produz os seus efeitos, induzindo sonos profundos e sonhos povoados de peixes grandes e vermelhos... iguais às amostras.
O dia nasce calmo, prometedor... o Sol aquece as almas e navegamos, espreitando os sulcos que o Makaira vai desenhando na água enquanto sai lento do Porto de Recreio, buscando pesqueiros...
... com o Castelo e a Igreja de Sines vigiando o nosso rumo! Um espectáculo!
A zona de pesca aproxima-se... diz-me o GPS e as marcas de terra que sempre tiro, para controlar derivas por efeito de ferro que se solta ou, quem sabe, para um dia em que o GPS me falhe. Neste caso... haja sonda!? E, se não houver, algo se há-de arranjar, mais que não seja joga-se com os sinais dos toques de peixe capturado ou não.
A sonda não mostra muito peixe, unicamente uns pontinhos muito agarrados ao fundo, indicando que pode ser que sim... pode ser que não! Tem sido assim nos últimos tempos!
Certo é que... a coisa tem-se dado com mais ou menos capturas sempre com alguma qualidade e sempre trabalhando e esperando aquele maior.
O fundeio está feito, a acção começa, assim como a dureza natural desta pesca, com muito roubo e muita reposição de isca... uma continua espera pejada de insucessos seguidos, esperando sempre momentos mais altos, em que somos recompensados por aquelas capturas que sabemos, sem nunca esmorecer no trabalho que poderá dar frutos. Uma azáfama de se lhe tirar o chapéu!
As primeiras recompensas começam a entrar... sai-me uma Dourada de bom tamanho:
As primeiras recompensas começam a entrar... sai-me uma Dourada de bom tamanho:
Depois... uma dupla de Parguinhos ao Eduardo
Um Alfaquim não se faz rogado e escolhe a sardinha que lhe ofereço...
Mais um peixe daqui, outro dali e chegamos ao fim da pesca com a caixa composta. Nada mau par quem foi para o mar tarde e más horas e volta cedo e boas horas.
O Eduardo voltou para Setúbal, fico a solo e vou na Sexta, à mesma zona, a mais produtiva dos últimos tempos. mais uma vez a pesca é dura, a Boga e outros peixes de boca pequena desfazem-me as iscas, subindo amiúde ferrados por todo o lado, excepto pela boca. Fazem o seu trabalho, espalhando partículas de sardinha na aguagem leve que indica o caminho a peixe mais interessante que, ao interessar-se pelas iscas propostas, depressa toma conta das ocorrências relegando Bogas e quejandos para segundo plano e caindo aos enganos.
Como esta Dourada:
Esta outra:
E até este Robalo, procurando talvez comida mais fundo, já que o mar é manso e a comedia estará cá por fora em maior abundância que nas águas costeiras onde costuma reinar.
Uma delícia de pesca, onde até um Alfaquim, de peso considerável, entrou a uma Cavala viva proposta em baixada própria, já em tempo de descontos, ou melhor dizendo, enquanto dava a limpeza superficial no barco que costuma anteceder a volta à terra. Pena... não ter tirado a foto!? Com a azáfama acabei por me esquecer.
Finalmente o Sábado, na companhia dos meus companheiros: Raimundo, Victor e Pedro.
As aguagens fortes invadiram os domínios das boas pescas e a coisa complicou-se!
Capturaram-se alguns peixes, nada de nota mas o suficiente para os felizes comtemplados tirarem a barriga de misérias com umas fotos de família.
O Raimundo com a maior Dourada do dia:
O Pedro com o seu Parguinho de estimação:
Não foi um dia de muito ou grande peixe, mas valeu por algumas das capturas, pelo tempo calmo e agradável que se fez sentir e, como não poderia deixar de ser, pela excelente companhia deste pessoal!
Obrigado família de amigos!
Ainda faltava jantar, visitar o Bar do Náutico e dormir descansado para voltar a Setúbal, no Domingo, com tempo para votar.
Apetecia-me tecer uns quantos comentários sobre esta última acção, mas o facto é que estou a escrever estas breves palavras comodamente instalado aqui na sala de recepção do Porto de Sines, já com uns peixes apanhados hoje e ontem e, sinceramente, não me apetece estragar a conversa ou o momento. Portanto, hoje ficamos por aqui!
Para a semana, se houver tempo, já tenho histórias fresquinhas para partilhar convosco.
Até lá... que tudo vos corra pelo melhor, uma muito boa noite e um resto de fim de semana excelente!
6 comentários:
Olá Ernesto
- Magnifico relato. Cada vez escreves melhor. (Pena 1 erro - Edua...) vê lá isso pá.
O resto.... muito bom para não dizer excelente.
Obrigado pela Partilha
Ora viva Ernesto é sempre bom ler e reler os seus escritos fazem sempre bem a alma eheheh,
há pescas que sao assim boas de exemplares e parcas de numeros e outras que porprocionalmente inversas mas é assim é peixe que manda, desde que o convivo seja bom é sempre uma boa pescaria.
esse alfaquique !!!! cum catano
tambem quero um assim eheheh
continuaçao de boas pescarias e convivios e já agora boa escrita :)
Viva Pessoal!
Grato pelos comentários!
Ao TóZé:
Obrigado pela correcção. Sinceramente, escapou-me e estava assinalado pelo corrector.
aaas a mais em escrita rápida! Ehehehe
Já está corrigido!
Abraço
Viva Ernesto
Um relato simples(?) de quatro dias muito diferentes nas variáveis a considerar e nos resultados conseguidos (os peixitos do costume estão lá...)
Gostava de ter assistido à sua pesca "a solo" e ao trabalho que desenvolveu para fazer aquelas interessantes fotos. Era cá uma lição...!
Abraço e venha o próximo relato, sff
João Martins
Ernesto,
Grandes férias! Sim, 4 dias são mesmo isso. Adorava andar por lá para te ver em acção de pesca, ver o que se passa e como acontece. Peixe galo???? Que bela açorda a acompanhar... Andaste fundo?
Abraço
João
Grato pelos comentários dos últimos leitores!
Ao João Martins:
Nada de diferente do que faço quando vou acompanhado, para além de mais despreocupação sobre as necessidades de quem vai comigo. No caso da sua companhia, nem isso acontece.
Ao João:
Não andei muito fundo... 57 a 60 metros.
Os Alfaquins, este ano, têm andado mais encostados.
Abraço
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