sexta-feira, 23 de março de 2012

Pescas entre pescas...


A saída para o mar é sempre um momento diferente, indescritível... os cheiros, as cores da manhã, a contemplação de tudo, a conversa com a campanha, as estratégias já definidas, a fé de pescador... todo um conjunto de sensações e pensamentos que se entrecruzam, colocando um sorriso nos lábios do pensador, em simultâneo com o arredar de outras ideias, outros pensamentos que, fazendo parte do dia a dia, por desagradáveis, caem em alguma "caixinha", em algum canto recôndito, de onde tornarão a sair em qualquer outro momento, qual génio da lanterna de Aladino que em vez de dar... tira!
Vá de retro Satanás! Vamos sair para a pesca!

Só vejo o mar, só penso na rota, nos pesqueiros que vou testar, nos peixes que vou perseguir... tudo o resto vale pouco... ou nada!

Olho em volta, penso em quem comigo embarca, sinto as suas ideias, as suas vontades, os seus desejos de pesca... é hoje que vai entrar aquele ou, quem sabe, aqueles!? Vamos ver!?
E, se não entrar, paciência! Eles estão no mar e a nossa hora chegará mais cedo ou mais tarde!
Importa mesmo é estar ali onde a foto de entrada nos coloca ou... mais longe!

Sinceramente, agora que as pescas se têm revelado mornas, é no acto em si que se encontra muito do que é preciso para estar bem!

Os amigos corresponderam sem desanimar perante pesqueiros de nada, outros de pouco e alguns que ao fim de algum tempo, preparação e sinais diversos; acabaram por animar, acrescentando o sal do dia... aqueles peixinhos que sempre se procuram e que se vão encontrando, como esta Dourada do João Maria...


... o Sargo Veado que gostou da meia sardinha...


... a dourada do Fernando Fontes que à mistura com uma Choupa e um Parguito de dose, acabaram por abrilhantar um jantar técnico; internacional, por ter a presença do Han, um holandês que por força da boa comida portuguesa e do acolhimento alentejano, faz do Zé Beicinho a sua casa quando não está a trabalhar.


Depois, sempre aparecem outros visitantes de monta, como este Robalo tirado pelo Zé, em desespero de causa e em outra jornada pouco activa, com correria sobre pesqueiros, sinais e toques austeros.


No entanto, algo não deve deixar-se de lado!?

Os melhores exemplares tirados, quer nestes dias do passado fim de semana, quer em outras jornadas, salvo algumas excepções, tiveram por base toques mais activos que aqueles que temos sentido nos pesqueiros percorridos nestes últimos dois meses e tal. Quer com isto dizer-se o seguinte: quando os toques de um pesqueiro se tornam mais agressivos, sentindo-se melhor, sem dúvida que a pescaria acaba por dar outros frutos. Tal, verifica-se uma vez mais se analisarmos, entre outras, aquela pesca recente em que o João Martins capturou os dois Badejos e o Pargo, assim como esta última, na qual, depois de duas tentativas infrutíferas em pesqueiros diversos, uma escolha tardia de pesqueiro completamente fora de época, nos trouxe algumas alegrias que podiam ter sido até muito superiores caso tivéssemos optado mais cedo por esta solução.
Aconteceu no passado Sábado com o Raimundo, o Victor e o Pedro; quando depois de quase quatro horas gastas em dois pesqueiros profundos, se optou por um outro, mais perto de terra e característico quanto a capturas de peixe maior, tendencialmente em época mais quente.
Certo é que, assim que poitada a embarcação, logo os toques se revelaram agressivos e consequentemente indicadores de outra pesca.
Não se perdeu pela demora!
Primeiro os Sargos, depois a Dourada de perto de dois quilos que saiu ao Victor, mais tarde este Polvo que, entrando pela mão do Raimundo, mereceu o estrelato...


... e, como cereja no topo do bolo, este Pargo Dourado, de 6,700 kg que deu um trabalho danado ao Raimundo (acho que fez umas rezas enquanto o tirava, não fora o diabo tecê-las...). Bonito, não é?


Pena o vento ter entrado, a vaga aumentado e o dia estar no fim. Quem sabe o que adiante surgiria!?

Uma coisa é certa... temos de ir, estar, curtir, pescar...; eles andam lá e cabe-nos encontrá-los, desafiá-los e subi-los a bordo, se formos capazes!?

Os tempos são para mim de trabalhos, sonhar mais a pesca que de facto ir lá, ao meio do mar, procurar os "malandros". Verdade também que estas foram pescas entre pescas, pois feira de pesca também faz falta e eu, falo... falo..., mas até gosto!

A próxima entrada está para breve e será uma descrição completa da 2ª. Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal, pormenorizando tudo o que por lá se vai passar e esperando encontrar-me, entre outros, com muitos daqueles que me lêem e não conheço.

Não devia ter dito isto!? Quem sabe, até lá, ainda consigo ir pescar!? Na volta não me contenho e sai pescaria!? Vamos ver!?

Boa noite a todos os leitores!

11 comentários:

Anónimo disse...

O mais importante e estar la, e que boas sao as vossas pescas!

António Vinha disse...

Olá Ernesto

- As coisas não têm sido realmente fáceis. Mas ir à pesca é sempre um prazer. Com capturas significativas é ainda mais agradável.
Obrigado pela partilha companheiro.

Toze

Apneialusa disse...

Boas noites,

Que magnifico peixe que o Raimundo apanhou! Ja andei por aí à procura deles, como naquele dia que nos fizeram uma visita na "pedra dos bandeireirozitos" Apanhamos 2 sarrajões pouco antes de vocês chegarem :) estava a pescar com o barco de um amigo meu de Sines. Mas ainda não os encontrei este ano. Para mim esse peixe é o topo dos troféus.

Votos de grandes troféus e petiscos!

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

A todos agradeço os comentários!

Ao Vitor:

Então estavas naquele barco que derivava sobre os bicos mais altos da zona.

Foi um dia difícil, mas acabou por dar os seus frutos.

Abraço

João Martins disse...

Viva Ernesto
Beleza de peixes, com destaque claro para o Pargo Dourado!
Agora sim, as fotos nas entradas do blogue começam a compor-se e a ajustar-se ao trabalho no Makaira!
Para quem tem andado a lutar teimosamente há tanto tempo para que isso aconteça é sem dúvida um prémio bem merecido
Parabéns a todos

Abraço
João Martins
.

Os Pescas disse...

Belíssima reportagem como sempre... Um grande abraço Ernesto e continuação de pescas desse calibre. Lindos exemplares.
Filipe.

Anónimo disse...

Olá Comandante

Que inicio de entrada que sentir da pesca , com um só objectivo desfrutar da pesca , isso é que aprecio mais nas jornadas no makaira , viver a pesca e a companhia e esquecer o menos importante , agora é que começa os coelhos a sairem da cartola , fda-se que da ultima só sairam as meninas lixas ,como o outro dizia "pesca de teimosos " e o sacana do gordo a sacar sargos e douradas " siting Bull" . Um abraço e vemo-nos na terra do Carapau em abril

Um abraço Nuno Mira

Augusto disse...

Parabéns por mais uma reportagem.
Estou aqui no Brasil e o acompanho desde que conheci o Zé Beicinho em minha viagem a Itália (Roma) no ano passado e eventualmente converso por telefone com o Zé Beicinho e já mencionei que leio sobre suas pescarias.
É uma forma de estar perto do amigo Zé Beicinho.
Quem sabe um dia nos conhecemos.
Forte Abraço.

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

A todos agradeço os comentários e a muitos espero ver ou rever lá na minha terra nos dias da feira.

Até lá... pois, vamos ver se ainda se pesca!? Não está fácil!

Ao Augusto:

Que tudo corra bem aí por Terras de santa Cruz e, pela parte que me toca, irei escrevendo na medida do possível.

Abraço

Bruno Mendes disse...

Viva Ernesto voltamos a ter fotos daquelas :) jeitosas o sargo veado e pargo excelentes .
Como se costuma dizer eles andarem lá , estão é misturados com a agua e só quem lá vai é que se safa eheh
Continuação de uma boas sessões fotográficas porque para si só o facto de ir a pesca já é excelente.

Ernesto Lima disse...

Viva Bruno!

Grato pelo comentário!

Vai-se fazendo o que se pode... quando se pode!?

Abraço