domingo, 11 de outubro de 2015

Gestão de Zonas de Pesqueiros, Pesqueiros, Épocas do Ano...


A gaivota sabe o que quer... comer todos os dias. Por tal, tem de conhecer os sinais que a podem servir, em cada momento, sendo nós, pescadores, um animal a observar, o que ela faz continuamente, apercebendo-se das deslocações dos barcos, dos movimentos a bordo e consequentemente de qualquer distracção relacionada com iscas, assim como, de peixes que atiramos ao mar, principalmente aqueles que achamos indesejáveis, elementos importantes que para ela podem significar comida mais ou menos fácil.

Grosso modo, pode dizer-se que as capacidades de observação e, no nosso caso, análise, deverão estar sempre presentes, de forma ainda mais intensa, pois a frequência com que vamos ao mar nada têm a ver com a das gaivotas que lá vivem a tempo inteiro.

Porque não conseguimos visualizar o comportamento dos peixes, é pela relação que estabelecemos entre o que vimos na sonda, o que sentimos através do material e iscas utilizadas, e os resultados que vamos obtendo, que conseguimos, em cada época, decidir quais as zonas de pesca e pesqueiros mais adequados a explorar, de modo a conseguirmos as capturas que pretendemos. Isto sem esquecer que um fundo com características de bom pesqueiro, se-lo-à sempre. Mas, em determinadas épocas, ou até em alguns anos, o peixe, por razões diversas, pode não andar por ali.

Nesta entrada vou reflectir convosco sobre estas questões, tendo em conta a captura de exemplares maiores (Pargos, Douradas...) e baseando-me em: frequência de pesca, acção desenvolvida sobre diversas zonas de pesqueiros e resultados obtidos, na área de Sines, se bem que, acho tais reflexões passíveis de serem extensíveis a outras zonas do país e até do mundo.

Considerando o referido, o que é um bom pesqueiro?

Zona submarina em que a profundidade, textura e contornos de fundo se adequam, em determinada época, dia e momento, à concentração, permanência ou passagem da espécie ou espécies que pretendemos capturar, utilizando uma determinada técnica (fundeado, com isca morta ou viva; à deriva, com zagaia, ou isca viva;…).

O peixe tem uma vida relativamente simples, ou seja, para além de se defender dos seus predadores, procura continuamente alimento e, em determinadas épocas do ano, procriar. Tais necessidades significam normalmente a passagem ou concentração de determinadas espécies, em determinadas zonas submarinas, onde o gasto energético compense as tarefas a executar para suprir as necessidades referidas. Cabe-nos tentar perceber, em cada momento de um determinado ano, quais as zonas onde tal, mais provavelmente, possa acontecer.

Partindo da definição de pesqueiro, analisemos texturas e contornos de fundo.

De forma algo simplista, pode dizer-se o seguinte:

As correntes submarinas transportam nutrientes, os quais se depositarão logo que encontrem acidentes / elevações submarinas, mais ou menos importantes, tanto nas suas beiradas, quanto nos fundos em torno, servindo de alimento a pequenos peixes e, consequentemente, aos seus predadores, criando médios ecossistemas que poderão tornar-se mais ou menos importantes e concorridos, em determinadas épocas.
Dependendo basicamente da qualidade e quantidade de alimentos, e da variedade de espécies em determinado ecossistema - factores que me parecem estar relacionados - este poderá ser mais ou menos produtivo, no que a capturas se refere.

Muitas outras variáveis poderão melhorar ou limitar a produtividade referida, e não será fácil abranger todas elas. Mas pode tentar-se, pelo menos, caracterizar zonas e/ou pesqueiros, assim como enquadrá-los em determinadas épocas, quanto à suposta produtividade, no que a capturas se refere.

Este o objectivo a que, com base no que tenho observado e conseguido, me proponho nesta entrada.


CARACTERIZAÇÃO DE PESQUEIROS

A título de introdução, importa referir que as subsequentes afirmações não devem ser entendidas como peremptórias, antes como ilações decorrentes de experiências, resultados, observações e análises; novas experiências, outros resultados, novas observações e análises..., num processo dinâmico que tenho vindo e continuo a desenvolver, ao longo de pescarias frequentes, vários anos, sempre reflectindo e adequando, não só através da minha pesca, mas também das de outros pescadores, tanto lúdicos, quanto profissionais.

Considerando a dificuldade, quase impossibilidade, de caracterizar todos os tipos de pesqueiros, vou centrar análises e reflexões nas características de pesqueiros que me parecem mais influentes e onde se costumam verificar capturas significativas e regulares, em determinadas épocas e/ou momentos, considerando técnicas diversas.

No processo de caracterização que se vai seguir, vão usar-se algumas medidas relacionadas com dimensões de estruturas, áreas e profundidades, que não devem ser encaradas como medida certa, antes como indicadores de pequeno, médio e grande, tanto no que respeita a dimensões de estruturas, quanto a variações de profundidades, sejam elas da coluna de água, ou, do fundo aos bicos mais altos das estruturas.
O mesmo deverá ser aplicado no caso de épocas, tendo em conta que as datas limites, funcionando como indicadores, tenderão a ser variáveis anualmente.

Antes de partir para outras análises, parece-me ainda importante definir dois conceitos e analisar duas relações:

Conceito de Pesqueiro: Ponto submarino, enquadrado na definição de "bom pesqueiro", onde, em determinado momento, ou jornada, apostámos colocar as nossa iscas, ou passar com amostras ou iscas vivas, e obtivemos sucesso. Este ponto pode ser definido com uma marca certa de GPS.

Conceito de Zona de Pesqueiros: Uma zona submarina que conhecemos, ou nos indicam, que pela dimensão das estruturas que a formam, nos permitirá encontrar vários Pesqueiros. Ideal para executar fundeios ou passagens à deriva, diversificados, face a condições variadas de mar e vento, assim como aos resultados de sondagens efectuadas.
Neste caso, o ideal será termos uma marca de GPS referente ao centro da zona e algumas orientações de profundidades e rumos de sondagem.

Relação entre Profundidades e Épocas do Ano mais produtivas: 20 aos 40 metros, entre o fim da Primavera e o início do Outono; 40 a 60 metros, todo o ano; mais de 60 metros, meados de Outubro, até ao fim da Primavera.
Não se pretende com as anteriores afirmações dizer que, em qualquer época e profundidade, dependendo em grande parte do tipo e localização dos pesqueiros, não se consigam as capturas que procuramos, antes, que as relações referidas se têm verificado as mais regulares nesse aspecto.

Relação entre Profundidades e dimensões das estruturas: Numa determinada profundidade, uma zona de pesqueiros poderá ser tanto mais produtiva, quanto maior for a extensão das estruturas que a formam, sinuosidade das mesmas, e diferença de profundidades entre o fundo e os picos mais altos, face à profundidade total. Ou seja, pegando num exemplo relativamente extremo, poderemos dizer que uma estrutura submarina, isolada, com menos de 100 metros na sua maior extensão, e variações de altura de 2 metros, poderá ser uma zona de pesqueiros, importante e produtiva, numa profundidade entre 10 e 50 metros, mas a sua efectividade tenderá a diminuir significativamente em profundidades superiores, atendendo à sua incapacidade de captação de nutrientes, face à coluna de água, que lhe permita tornar-se num pequeno ecossistema interessante para exemplares maiores.

Dos conceitos e relações descritos podem depreender-se quais as características mais importantes, que relacionadas, nos poderão indicar, em cada época, pesqueiros produtivos, mais ou menos regulares. Serão elas:
  • Textura, dimensões e contornos das estruturas de fundo
  • Enquadramento, das estruturas acima, na zona envolvente
  • Profundidades a que se encontram

Sobre texturas, dimensões e contornos de fundo, seus enquadramentos na zona envolvente e profundidades a que se encontram...
  • Quanto maior, mais sinuosa, abrupta e variável, em altura ao fundo, for uma estrutura submarina rochosa, maior capacidade terá de captar nutrientes. Por tal, oferecerá mais alimento a peixes miúdos, tendendo a ser mais frequentada, pelos predadores destes, ou seja, aqueles que queremos capturar.
  • Se a base da estrutura for constituída por entralhados - fundos mistos de areia, pedra e alguns organismos vivos, como pequenas algas e corais - e culminar na sua orla, em zona de areia, teremos um ecossistema ainda mais variado e tendencialmente mais produtivo, tanto para escolhermos onde colocar as iscas para pescar ao fundo, em embarcação fundeada, como para usar o Jigging, explorando os seus bicos e as suas bases, podendo, ou não, oferecer vários pesqueiros e consequente diversidade de fundeios, pescando com iscas mortas, e até vivas, ou derivas, no caso do uso de amostras ou também iscas vivas.
  • Um conjunto de estruturas do tipo acima, próximas umas das outras, formarão um ecossistema bem maior, ainda mais diversificado e produtivo em termos de capturas, permitindo fundear e pescar nos entralhados e limpos entre elas, ou derivar com iscas vivas e amostras sobre os seus fundos e bases. Em suma, um sonho para qualquer pescador embarcado, abrindo-lhe hipóteses infinitas sobre a aplicação de técnicas diversas, num conjunto de pesqueiros que permitirão actuar sobre eles, em boas condições, tendo em conta as variações de mar e vento que se apresentem.
  • Em termos de épocas mais produtivas e regulares, no que se refere a capturas, quanto mais diversificado for o ecossistema, melhor poderá adequar-se a épocas variadas, mantendo no entanto a tendência de ser mais produtivo em épocas determinadas, tendo em conta a profundidade a que se encontra.
  • A influência das profundidades, relaciona-se normalmente, com as deslocações de peixe miúdo, tudo indica, ditadas por relações entre transporte de nutrientes e aquecimento das águas, sendo que, no final da Primavera, Verão e início de Outono, as estruturas, ou conjugações destas, em profundidades menores - 20 a 40 metros - tendem a ser mais concorridas e consequentemente mais regulares e produtivas, não querendo dizer que não se capturem excelentes exemplares na faixa de profundidades entre os 40 e os 60, ou até mais fundo, factos verificados, em um ou outro ano, no mesmo período.
  • Gradualmente, entrando Outono dentro, os maiores exemplares, nomeadamente os Pargos legítimos, tendem a afundar um pouco mais, para cotas próximas dos 50 a 70 metros. Já os Pargos Dourados e as Douradas, dependendo de comedias, aguagens fortes, ou outros factores de difícil domínio, podem capturar-se, nesta época, bem abaixo dos 40 metros, principalmente nas beiradas, ou sobre cabeços, de ecossistemas maiores, ou sejam, aqueles que referi como conjuntos de estruturas relativamente grandes.
  • À medida que entra o Inverno, as tendências apontam para procurar maiores profundidades, estruturas ricas, ou conjuntos delas, de preferência em zonas que afundem ainda mais para além das suas bases, em declives pouco pronunciados. Pescar fundeado, na fronteira, entre as bases das estruturas e o início dos declives referidos, tem-se revelado uma aposta produtiva e relativamente regular, assim como, explorar com amostras, ou iscas vivas, toda a extensão destas estruturas, as bases junto aos declives, e os limpos em torno de tudo isto. Estamos, neste caso a falar de profundidades entre 70 e 150 metros.
Das análises, conceitos, reflexões e relações descritas, poderão os menos avisados depreender que tais prosas possam funcionar como fórmula, mais ou menos infalível, mas não funciona assim. Funciona antes como um processo dinâmico que se baseia na elasticidade de adequação dum pescador, face aos seus conhecimentos e às condições que se lhe apresentam em cada jornada de pesca.

Relativamente à reflexão anterior, falemos por exemplo de, como direi... certas crenças:

"Aquele pesqueiro raramente me falha"!

Pessoalmente, não confio em pesqueiro nenhum. Penso antes que, em determinada época, uma certa zona de pesqueiros poderá ter condições ideais para conseguir as capturas que procuro, usando determinadas técnicas, materiais e iscas. Chego lá, e, ou porque a sonda não me mostra uma leitura minimamente aceitável, ou porque a aguagem é tão forte que dificilmente consigo chegar ao fundo com chumbadas bem pesadas, decido de imediato mudar de pesqueiro, talvez na mesma zona, procurando vida no fundo, ou para longe dela, na procura de aguagem menos intensa.

Como exemplo, há uns três anos, em pleno Fevereiro, fui procurar Douradas numa zona a 66 metros de profundidade, onde tinha na semana antes capturado, sabendo também que, dois dias antes, uns amigos meus também tinham lá feito uma boa pesca. Cheguei, não gostei muito da leitura de sonda, mas fundeei na mesma.
A aguagem era tão forte que as baixadas quase não tocavam o fundo, mesmo com chumbadas de 350g. Por tal, decidi ir para terra, procurar menores profundidades, onde a aguagem se sentisse menos.
Resultado... acabámos por conseguir belíssimas capturas de Douradas, em quantidade e qualidade, fundeados numa estrutura rochosa que subia aos 39 metros, colocando as iscas na sua base de entralhados, a 46 metros de profundidade, na presença de uma aguagem perfeitamente suportável com chumbadas de 160g.

A aguagem pode ser um factor importante para uma boa pescaria, a peixes de maior porte, mas se for demais, também pode limitar as movimentações destes predadores devido ao aumento de esforço a que os obriga.

Perguntar-se-à: então por isso ter acontecido dessa vez pode tirar essas ilações?

Ao que responderei: depois dessa vez, aconteceram outras, não iguais, mas idênticas.

Como habitual, acho importante fundamentar as análises e reflexões que produzo, com descrições de pescarias e resultados, normalmente compatíveis. Vejamos se concordam!?

A partir do final de Junho, a vida permitiu-me um aumento significativo na frequência de pescarias, proporcionando-me um Verão de pesca à antiga, com várias saídas por semana e uma ou outra interrupção que não foi além de 15 dias. Tal pode ser verificado na última entrada que aqui coloquei - Vamos lá pôr a escrita em dia - cuja consulta aconselho, para uma melhor percepção das relações entre época. tipo de estruturas, profundidades e regularidade de capturas.

Na entrada referida, podem verificar que na pescaria de 1 de Março, refiro ter pescado fundo e posso-vos dizer que a estrutura onde pesquei é enorme, tem a sua base a 84 metros, em alguns picos sobe aos 58 metros, sendo que colocámos as nossas baixadas a pescar num socalco na sua base, a 78 metros de profundidade.

Na pesca seguinte, com o Zé Beicinho, em 6 de Julho, pescámos fundeados num bico de uma estrutura, a 18 metros, enquadrado com outras perto, e colocámos os iscos na sua base de entralhados, a 21 metros de profundidade.

Em 29 de Julho, pesquei com o Tozé, o Eduardo e o Mário, fundeando numa estrutura, a 22 metros de profundidade, enquadrada para Norte, com outras estruturas mais baixas e, para Sul, com a orla de um limpo grande. Colocámos as iscas na orla com o terreno limpo, a 28 metros. Neste mesmo pesqueiro, capturei o Pargo maior que apresento na referida entrada, em 10 de Agosto, e tornei a pescar lá, da mesma forma, em 23 de Agosto, com o meu amigo Ricardo Chumbinho, o pai, e os filhos, conseguindo-se as capturas que certamente já viram.

Dia 28 de Agosto, volto ao mesmo pesqueiro, mas não sei se por efeito duma draga que perto trabalhava, na preparação do cais 21, as capturas não aconteciam, obrigando-nos a procurar águas mais limpas.
Conforme se lê, fundeámos num pesqueiro, com várias estruturas entre 34 e 37 metros de profundidade, colocando iscas nos 37 metros, com os resultados publicados. Neste mesmo pesqueiro, conseguir-se-ia a pescaria que encerra a entrada, a 30 de Agosto e uma outra, não documentada, mas muito razoável, no dia 31.

Continuemos então..., agora com novidades.

Enquanto um pesqueiro funciona e, principalmente, se estiver enquadrado com a época e continuar a apresentar boas leituras de sonda, costumo lá voltar, e testá-lo, caso as condições de mar e vento o permitam. Por tal, no dia 13 de Setembro, fui para o último pesqueiro referido, fazer uma pescaria com a minha mulher.
Por saber que não gosta muito de andar de pesqueiro, em pesqueiro, nem de pescar muito mais fundo que os 30/40 metros, parti do princípio que ficaria por ali todo o santo dia.
Na verdade o pesqueiro, embora mantivesse uma leitura de sonda aceitável, produziu muito pouco, e essencialmente exemplares pequenos, o que me fez pensar que teria, em próximas saídas, de procurar talvez um pouco mais fundo.

Dia 24 de Setembro. A zona de pesqueiros escolhida, foi um conjunto de estruturas rochosas, com uma extensão conhecida, num enquadramento de pedra rija para Oeste, com bicos a 42/45 metros, e caindo para uma base de entralhados, para leste, a 51/53 metros de profundidade.
Fundeio sobre os bicos, a 45 metros, e colocação das iscas nos entralhados, a 51/53 metros.

Resultados:

Um de dois Alfaquins, de tamanho idêntico..., ao meu pé.


Uma de várias Douradas:


Um Pargo, ao mesmo estilo:


O maior exemplar, pela mão do meu companheiro João Martins.


A caixa com os melhores do dia:



Dia 25 de Setembro. Mesmo pesqueiro e fundeio idêntico:

Resultados:

Uma dupla ao pé... do outro animal:


A maior Dourada:


O maior exemplar, pela mão do meu amigo João Maria:


A pesca toda do dia:



Dia 9 de Outubro. Mesmo pesqueiro e fundeio idêntico.

Resultados:

O melhor exemplar, bonito demais para comparar com o pé... ou talvez não!? 


Conjunto de melhores exemplares do dia:



Considerando os resultados quanto a produtividade e regularidade, na próxima saída, volto ainda ao mesmo pesqueiro, não por crença, mas pelas suas características, ou sejam: texturas, contornos de fundo, enquadramento na definição de pesqueiro, nas estruturas de fundo envolventes, na presente época, e tudo a fazer "pandam", com a profundidade.

E assim vai ser... sucessivamente, indo, testando, aprendendo sempre com sucessos e insucessos, e tentando passar os conhecimentos que acho ir adquirindo, em vez de mandar os companheiros tomarem Rennies para a azia quando capturo. Coisa feia, principalmente, vinda de outros companheiros cuja frequência de saídas para a pesca é muito maior que a da grande maioria. Mau seria se não conseguissem melhores resultados.


Falámos unicamente de pesqueiros e pode talvez dizer-se que uma boa escolha e um fundeio correcto, são meia pesca. A outra metade será assegurada, pelos materiais, montagens, iscas e iscadas em uso, e muito importante, o nosso comportamento em acção de pesca.

Sobre materiais e montagens, aconselho a consulta de um artigo aqui do blogue, com o título Material de Pesca... uma dor de cabeça

Quanto a iscas, foi a sardinha iscada de várias formas, a mais produtiva.

Quanto a comportamentos dos pescadores, têm muito para ler aqui na casa.

Não tenho dúvidas sobre o factor sorte estar sempre presente nesta nossa actividade, mas parece-me que podemos diminuir a sua influência!?

O que acham?


Uma boa noite a todos os leitores

14 comentários:

Anónimo disse...

Ernesto,

o que acham?? isto é a Biblia da pesca embarcada!

está cá tudo..

eu acho que já és uma lenda nacional

muito obrigado!

Anónimo disse...

cada vez me convenço mais de que o fator sorte é cada vez menor, e porquê? porque o peixe é cada vez menos e todos os detalhes fazem a diferença, já todos sabemos que noutros tempos de fartura tirava-se peixe de toda a maneira e feitio, agora já não é assim, e obviamente que continuamos a planear ao milímetro e a falhar, mas que se tivermos o cuidado de estudar a pesca como tu estudas e relatas/partilhas cá aumentamos muito a probabilidade de sucesso isso aumentamos, e mais quando procuramos "outros" exemplares..

Ernesto Lima disse...

Boa tarde e grato pelos comentários.

Ao Sr. Anónimo publicado em 1.º Lugar:

Isso da lenda e da bíblia, parece-me um pouco exagerado, muito por o que aqui escrevo, ser unicamente baseado essencialmente na pesca que faço, com alguma regularidade.

Ao Sr. Anónimo publicado em 2.º Lugar:

Concordo com o que refere e remeto para duas situações:

Situação 1: Vamos pescar pensando essencialmente nas capturas e quando a coisa falha, ficamos chateados com o processo e decidimos que não há peixe, ou que não tivemos sorte.

Situação 2: Vamos pescar pensando que determinados pesqueiros e processos nos trarão capturas, e, caso as capturas que queríamos não se realizem, tentamos perceber o que poderá ter falhado nos locais e processos escolhidos, e tentamos melhorá-los em próximas saídas.

A situação 2 é a que elejo, e as capturas muitas vezes surpreendem-me, tanto pela qualidade, quanto pela regularidade que se verifica. Neste caso, as capturas têm um outro sabor, pois culminam um processo pensado que, falhando algumas vezes, tem muitas outras em que compensa nitidamente.

Importa referir que a pesca, assente na situação 2, exige uma frequência de saídas a que a maioria dos nossos companheiros, infelizmente, não tem acesso.

Uma das razões que me leva a escrever, como escrevo, vai também no sentido de poupar tempo a esses nossos companheiros, essa também a razão porque tento fundamentar as reflexões e conceitos que descrevo.

Abraço

Ernesto

João Martins disse...

Um excelente documento, um pouco denso e que obriga a uma leitura cuidada.
Pleno de interesse sobretudo para quem pesca em barco próprio ou o comanda e determina o local onde tudo se discute. Mas também para todos os outros que gostam de praticar uma pesca mais esclarecida.
Julgo ainda que contribui para provar, a quem ainda tenha dúvidas, que o factor sorte é, regra geral, secundário na obtenção de pescas conseguidas e irrelevante quando estas são repetidas e frequentes.

Abraço JM
.
PS: Quanto aos falsos médicos que andam na pesca (e no futebol) a diagnosticar e a prescrever ilegalmente, sugiro-lhes uma introspecção. Parece-me que vão interessar-se por outra especialidade médica, bem distinta da gastroenterologia…

Ernesto Lima disse...

Boa tarde João.

Grato pelo comentário

Forte abraço

Ernesto

António Vinha disse...

Hiiii Ernesto. Até me faltou o ar. Tu descreves o fundo do Mar como "nós " descrevemos um outro local qualquer. Magnifica entrada com muita informação a digerir. Fico contente por ter um amigo com barco e que até me leva de vez em quando à pesca. O que muitos dos que por aqui passam não têm. Muitos se calhar até têm... mas aposto que não se chama Ernesto. Parabéns pela entrada e obrigado pela partilha.

Abraço

santos pinto disse...

Boa noite.
Após leitura desta magnifica narrativa,só posso fazer um comentário.

Parabens e muito obrigado.



Santos Pinto

Ernesto Lima disse...

Boa noite a todos

Ao António Vinha e ao Santos Pinto, agradeço os comentários.

Forte abraço

Ernesto

Luis Araújo disse...

Exmo. Sr. Ernesto Lima,
confesso que sou um seguidor assíduo do seu blogue, tanto à espera de uma nova reflexão, como na revisão frequente de algumas entradas, é uma excelente fonte de aprendizagem e inspiração.
Queria agradecer a partilha de informação e experiencia desta forma, algo muito raro na sociedade atual.

Gostava de poder lhe colocar algumas duvidas, queria saber se é possível e qual é a melhor forma de o fazer, obrigado.

Luis Aráujo

Ernesto Lima disse...

Boa tarde Luís Araújo

Grato pelo comentário.

Sobre a questão do "Exmo. Sr.", penso que não há necessidade. Ernesto está bem.

Quanto às suas dúvidas, pode colocá-las aqui na zona de comentários, ou, se preferir, envie-me um comentário com o seu endereço de mail e/ou contacto telefónico, eu não publico para salvaguardar a sua privacidade, e contacto-o pela via que escolher.

Cumprimentos

Ernesto

Unknown disse...

Caro Ernesto,

Ao ler estes textos, parece que estou a mergulhar dentro do raio de ação da sonda do makaira!
Mais uma grande lição, impagável, para caloiros como eu...
As capturas são dignas de registo, fantásticas, como também já nos habituou ;)

Forte abraço "stôr" Ernesto

Ernesto Lima disse...

Boa noite Roberto!

Grato pelo comentário.

Também já não me tratavam por "Stôr" há uns tempos. Sinceramente, não sinto falta, mas achei piada.

Forte abraço

Ernesto

Unknown disse...

Boa noite,

Iniciei a pesca apeada há coisa de 2 semanas, em conjunto com um amigo aqui em Setúbal.
Entretanto comprei uma cana na decatlhon, através de pessoal que andas nestas lides, que me aconselharam mais ou menos o que devia comprar para iniciar.
Basicamente como vai ser para "estragar", não quis enterrar muito dinheiro ainda.´
Daqui para a frente se ganhar o vicio, logo penso numa coisa como deve ser.

Como iniciante tenho um monte de dúvidas, para além do que vi prefiro também pesquisar e procurar diferentes opiniões.
Já pude até retirar algumas opiniões em certos tópicos aqui no blog.
A isto junta-se uma enorme curiosidade e vontade de aprender no mundo da pesca. Portanto se acharem as perguntas estúpidas riam-se à vontade :P :P :P :P

Começo logo pelas marés,em que altura devemos pescar na baixa ou na preia-mar?
Convém verificar mais alguma coisa?seja luas,correntes e afins??

Que tipo de isco usar? (usamos ganso,coreano,ligueirao)

Anzol quais os aconselhados??Para este tipo de pesca??

Aquando da montagem do isco no anzol que cuidados devo ter?O anzol fica com a ponta amostra ou completamente tapado?

Devemos de usar isco ou aquelas amostras de silicone?

Chumbadas?Actualmente usamos as de 80gr será o indicado?o que aconselham??

Se me perguntarem que tipo de peixe procuramos, andamos na fase do que vier a rede é peixe =P =P

Agradeço desde já,
Abraço :D

Ernesto Lima disse...

Boa tarde Lina Raminhos

Grato pelo comentário, e Bem Vinda ao Mundo da Pesca.

Gostaria de lhe responder "à Pró", relativamente às questões que coloca, mas, se olhar bem os textos deste blogue, verificará que ele só fala de pesca embarcada, podendo ter um ou outro artigo mais abrangente a outras técnicas, mas essencialmente sobre legislação.

Resumindo, eu, de pesca apeada percebo muito pouco, embora alguns assuntos sejam transversais, nomeadamente alguns conceitos de comportamentos ideais dos pescadores.

Vou, no entanto aconselhá-la a inscrever-se no seguinte fórum: www.pesqueiro.pt

O Fórum referido, onde sou membro e me movimento na área da pesca embarcada, tem muita gente conhecedora da pesca apeada, amigos de apoiar, e certamente em muito melhores condições que eu para lhe responder às questões que coloca.

Não entenda esta resposta como estar a "sacudir água do capote", mas sim como um bom conselho, derivado dos meus parcos conhecimentos na área da pesca apeada.

Com os melhores cumprimentos

Ernesto Lima