segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sexta Feira 13...

Não sinto que seja supersticioso!
Vai-se ver até sou e não sei!
Certo é que, só agora, ao iniciar este relato, me lembrei da data, na qual, ao fim de algumas largas semanas, tive o primeiro fim de semana descansado, sem correrias! Sendo a pesca, o barco, Sines e etc., a ocuparem a minha mente por completo, sem a interferência das ocupações profissionais num espaço que não lhes deveria ser permitido!
Arranquei de Setúbal, neste dia para muitos malfadado, eram para aí umas 10.30, sem pescas feitas, sem gasóleo, sem isca e sem qualquer preocupação! Quero é ir, pensei! E fui!
Pelo caminho parei, bebi um café e telefonei ao Zé Beicinho! Epá... Tens para aí umas sardinhas para a isca?
Não tenho, mas vou ver se arranjo! Já telefono!
Música para os meus ouvidos! A coisa começava a compor-se!
Passei Grândola, o telefone tocou e a resposta afirmativa resolveu-me a primeira falta! Se bem que, se não houvesse, alguma coisa se havia de arranjar! Não estava preocupado!
Cheguei! Recolhi as sardinhas, fui para o barco, preparei-o e às montagens, canas e carretos!
Saí do fundeadouro, fui encher o depósito e ala para o mar, eram para aí uma 12.30! Sem pressas e gozando cada momento, cada trabalho e o mar que se abria à saída dos pontões do porto... Enorme e tão cheio de possibilidades! Espectáculo!
Senti que era todo meu! Barcos... Nem vê-los! Uma brisa de Norte e ausência de vaga, o Sol a bater na proa, realçando os brancos desta e parecendo que não tinha estado quinze dias sem ver água... Há dias assim!
Para onde vou? Pensei! Já sei! Vou a um pesqueiro qualquer, daqueles em que comecei, há seis anos atrás, sem perguntar, sem ir atrás, sem me aproximar de algum pescador reconhecido sem sequer o cumprimentar e marcar o ponto no GPS! Sómente procurando na carta e sondando, gastando o meu próprio combustível e conseguindo por mim as pequenas e sucessivas vitórias e derrotas próprias de quem arrisca, pensa, diversifica e tenta fazer sempre algo de novo, melhorando com umas e outras!
Senti-me bem! Senti que o peixe ia entrar, também, porque sei agora ser esta a época em que escolhe esses locais. Pode não estar!? Se não estiver, paciência... O mar está lá, todo por minha conta!
Nem marquei o ponto escolhido no GPS! Fui lá tantas vezes que nem para a bússola preciso de olhar! Basta-me uma mirada para a terra, estão lá todas as referências de que preciso para chegar a estes locais antigos! Continuei a sentir-me bem!
Cheguei! Sondei e fundeei! Foi rápido e com sinais de sonda, daqueles que gosto! Eram 13.30!
Isquei, e, pescas para o fundo! Roubaram a primeira com um toque pequeno e longo... Desconfiei!
Atirei segunda vez! Um Parguete para aí de 0,800 grs que marquei para o meu jantar!
Lancei outra vez! Um toque leve e insistente, fez-me levantar a cana com vigor! Ferrei outro! Maior! Aquele na foto de início, para aí com 1,500 kgs!
O que se passa? Só há Pargos neste mar!? Pensava eu com os meus botões!
A festa continuou! Outro sentir! Outra ferragem! Dois Parguitos duma só vez, os que estão aqui na imagem debaixo! Mas o que é isto? Os Deuses devem estar loucos!? Parou!
As iscadas foram sendo roubadas! Os sinais mantinham-se e a paragem não durou muito!
Um toque que nem parecia toque! Um levantar de cana a medo! Um peso e uma ferragem mais alta! A luta deu-se diferente, com mais pancada sucessiva e um ou outro afundamento mais longo!
Pensei para comigo que parecia Dourada, e era! Aqui está ela, bonita e grandota, acabadinha de cair no poço do barco!
Tudo rolava! Senti que estava a ser compensado, pelos dias seguidos em que até pensar em pesca foi difícil!? Não sei!? Talvez!?
Certo é que não parou! Eram 15.00 horas e estava a pesar o peixe, só Pargos e a Dourada, com receio de exceder o peso legal! Tinha nesta altura, 8 kgs e um Pargo com 1,500!
Pensei para comigo, que iria pescar só com sardinha inteira, tentando o exemplar que completaria a pesca!
Apanhei uma Cavala e isquei-a na cana de vivo, aguardando e mudando as sardinhas da pesca de mão que eram comidas até à espinha em poucos minutos! Insisti! Eram quatro horas da tarde e entrou-me um Pargo de 1,200 na Sardinha inteira, acabando-me com a pesca devido ao risco do excesso de peso! Maldita lei... Pensei!
Mas pronto! Amanhã também é dia e sabe bem voltar cedo e gozar o fim de tarde lá no porto, antecipando a imperial geladinha que sempre aperitiva o jantar lá no Zé! E que jantar... Parguito saído do mar, escaladinho na brasa, com batatinha temperada e salada à Algarvia! E o vinho de Pias...
Sexta Feira 13... Quem diria!?
Boa noite a todos os leitores!
PS: Sábado e Domingo, houve mais! Mas... Vou contando durante a semana! Não esgoto tudo de uma assentada! O "suspense" é interessante e, para além disso, escusam de esperar até Domingo ou Segunda próximos para me visitarem!

5 comentários:

MR disse...

Bela pescaria,
Melhor relanto ainda,
gostei

AB

Pedro batalha disse...

Boas,bonito relato e bonitos peixes, também gostava um dia de poder fazer essa pesca embarcada...mas o enjoo dá cabo de mim.
Abraço

Anónimo disse...

Parabéns ao Amigo Ernesto, por dar com eles... mais uma vez!!
A esperar ansiosamente, pelos relatos de Sábado e Domingo...que devem trazer água no Bico!!lol

Abraço,

Daniel Rodrigues

Anónimo disse...

Viva Ernesto
Sexta feira 13, que sorte. LOL
Parabéns bela pescaria. Lindos meninos.

Abraço

Paulo karva

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

Grato pelos comentários!

Os maiores faltaram ao encontro, mas... Para Sexta 13 não foi mau! Lol