segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vamos lá pôr isto em dia!

Viva pessoal!
Não me vou queixar, nem cansá-los com algumas desditas!
Vamos só falar de pesca, coisa que já começa a ficar atrasada!
Depois do fim de semana de 11 e 12, aquele em que disse que voltei e tal... Fui no de 18 e 19, e, também neste que passou, o de 25!
Por tal, vou voltar atrás, e desenvolver os pormenores que o tempo, a vontade e a inspiração me permitirem!
Esta entrada, abre com a foto dum cetorhinus maximus, mais conhecido por Tubarão Frade, que deambulava lá pelos meus territórios de pesca, no Sábado, dia 18, animando um dia de pesca com o Raimundo, o Pedro e o Vitor; dia este, em que, às 12.30, hora do avistamento da criatura comedora de plâncton, ainda não tinhamos um peixe capturado, digno desse nome!
Há dias assim! Acontecem, muitas vezes, a alguns "artistas", para quem capturas de peixe abaixo de quilo não são significativas! Isto é, armam-se em malandros e depois apanham com secas destas!
Não fora a quantidade legal, mas escandalosa, atendendo ao tempo gasto, de Besugos, capturados ali por fora do molhe Oeste, e, os três Parguitos que apanhámos entretanto, mal chegavam para o jantar dos quatro... Talvez com a ajuda de umas batatitas e salada mista, a coisa se compusesse!? Não eram assim tão pequenos... É só para dar uma ideia!
É verdade! Assim se pode contar a história deste dia!
Quatro horas, e, avistamos um Tubarão Frade! Mais três horas e meia, e, apanhamos os tais Parguitos! Depois, em hora e meia, atingimos o limite máximo legal de capturas, mesmo ali, à entrada de casa, com os famigerados Besugos (com tamanhos que não lembram ao diabo), utilizando as pescas para os Pargos e a Sardinha como única isca, cortada em cinco postas, fora rabo e cabeça, acomodando o anzol em torno da espinha, nos limites da largura das postinhas!
Ainda dizem para aí que o besugo é um peixe complicado e tal... Tem de ser com anzol pequeno e com fios XPTO e não sei mais quê... É capaz! Não faço ideia!
Cá para mim, dando com ele, o "danado", come de tudo e tem boca qb, para anzóis 4/0! Quem diria?
Bom, mudando de assunto, vou voltar atrás e apresentar-lhes a montagem para isca viva que mais resultado me tem dado e que capturou aquele Pargo Dourado de 3,180 kgs, o tal da entrada anterior.
Aqui está! Já por baixo da escrita!
Eu sei! Não está bonita, nem parecida com aquelas das revistas! O "artista" ainda se está a iniciar nestas lides de Paint para aqui... JPEGs para acolá, e, o tempo não é muito, mas penso que, o essencial está lá, e, a conversa ainda não acabou!
Esta é uma montagem que tenho usado, em cana comprida a trabalhar no caneiro, enquanto pesco com outra na mão, fazendo pesqueiro e tentando ler os sinais que os "toques" me dão, como estou "careca" de contar por aqui.
Como isca viva, gosto de usar, Cavala, Carapau, Peixe Piça... Pequenos!
Verdade seja dita, já usei Chopas e apanhei um Robalo de 2,800 kgs, com um destes exemplares, mas, parece-me que os peixes mais fusiformes e com menos espinhas exteriores são mais atractivos, tendo em conta resultados obtidos.
Qualquer exemplar destes, aí pelos 15 cm, é uma boa escolha, já que, quando mais pequenos, as Cavalas grandes, se por lá aparecerem, chamam-lhes um "figo"!
A montagem em causa, enquanto não aparece uma isca viva com as características referidas, é lançada ao fundo com uma outra isca, morta; Sardinha, Cavala... De boas proporções e abandonada a uns 2/3 metros do fundo, tendo já provado a sua eficácia, podendo até dizer-se que o fez mais vezes que a isca viva. Certo é que, é mais utilizada assim por ser mais fácil, e, daí, poder esta eficácia ser falsa!?
No caso da isca viva, sendo o estralho de uns 2 metros, gosto de a deixar a pescar aí a uns 5 metros do fundo (altura a que se encontra a chumbada), permitindo que o peixe iscado deambule por ali, sem me prender a pesca ao fundo.
A chumbada, escolho uma, cujo peso se adeque à força da isca e à aguagem, caso exista, evitando que o peixito passeie à vontade e se venha a embrulhar com a pesca que tenho na mão.
Como nó, para ligações, uso o Clinch knot, já referido, algures, numa entrada lá para trás. Este, por ser um nó simples de fazer e com eficácia comprovada.
O estralho é, de preferência, em fluorcarbono, mais pela resistência ao nó e à abrasão que, propriamente, pela invisibilidade da qual, supostamente, é detentor.
Como toque final, apresento-vos, na imagem seguinte, os destorcedores e anzóis que uso, utilizando, conforme dica do meu amigo João Martins, uma escala graduada, em centímetros, para que se evitem aquelas confusões decorrentes dos tamanhos de anzóis que, hoje em dia, cada marca decide a seu belo prazer, independentemente da numeração utilizada e, todos, achando que têm razão.

A análise da imagem, permite identificar o destorcedor triplo, formado por dois de barril acoplados, cujo tamanho não tem que ver com a necessidade de força a dispender, mas sim, com a facilidade de rotação e consequente eficácia, minimizando "embrulhos" indesejáveis.
O destorcedor de alfinete destina-se à aplicação e troca fácil de chumbada.
O anzol mais pequeno, é usado para a montagen de dois anzóis, em tandem; mais utilizada para a Cavala e o Carapau; e, o maior, para a montagem de anzol único; o que, prefiro para o Peixe Piça, atendendo a que este se flexibiliza mais, originando embaraços nas montagens em tandem.
A utilização destas pescas, os resultados obtidos e as "desgraças" que aconteceram, indicam que:
- Deve utilizar-se a isca, o mais cedo possível, após o momento em que é capturada!
- Deve afastar-se esta montagem, o quanto possível, de outras que estejam a pescar!
- Caso existam correntes e ventos contrários, muita gente a pescar a bordo ou grandes amplitudes de movimentos do barco, devido ao vento ou ausência deste, tudo se deverá analisar com muito cuidado, optando-se eventualmente por desistir desta técnica ou usá-la como única, sob pena de gastos de tempo que diminuirão substancialmente aquele, útil, de acção de pesca.
- Os locais a escolher deverão apresentar-se, na sonda, com comedia e movimento de peixe ou, como intervalos entre pontões altos, onde engodaremos pescando ao fundo ou de outras formas, atraindo os nossos "eleitos".

Numa próxima entrada, vou tentar apresentar-vos fotos com iscadas, quer para a montagem em tandem, quer para a de anzol simples. Entretanto, ainda esta semana, tentarei contar este último fim de semana, o de 25! Tem lá umas coisas giras, nada de mais, mas, na minha opinião, dá para entreter.
Não pensem que estou a "fazer render o peixe"! Estou é mortinho para me sentar um bocado, sem ter o computador à frente.
Um abraço e uma boa noite a todos os leitores.

6 comentários:

Anónimo disse...

Mais umas dicas aqui pro pessoal, é engraçado ver maneiras diferentes de pensar e ver a pesca em si, mas tambem é isso que a torna atraente.
Essas dos besugos com fios xpto ate pode ser verdade principalmente se estiverem numa de brincar com a comida, mas fora isso tem boca suficiente para um bom anzol.
Essa tecnica de pesca com peixe vivo é que me esta a intrigar,espero pela continuaçao.
Mais uma vez um belo texto como ja nos vem habituando.
Abraços

Anónimo disse...

Viva Ernesto.
Muito bom como sempre. O empate que fazes com os anzois em tandem ficam fixos ou deixas um a correr, para melhor ajustar ao comprimento da isca?

Já me fartei de rir com os Besugos. LOL

Abraço
Paulo karva

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

Grato pelos comentários!

Ao Paulo:

Gosto de fixar o anzol de trás à linha do estralho, normalmente com um empate feito com fio suplementar, de preferência, multifilar, por vincar melhor o nylon ou fluorcarbono. Isto porque, caso não esteja fixo, por vezes, encaracola o peixe com os seus próprios movimentos, diminuindo-os e matando-o mais rápido.

De qualquer modo, um destes dias aparecerá por aí a montagem que costumo usar.

Abraço!

Unknown disse...

Boas Ernesto.
Como principiante nestas andanças da pesca embarcada nao me canso de ler o seu blog e dele tirar algumas dicas para me lançar.
Se possivel gostaria que me respondesse a uma duvida que tenho. Que nó usa para ligar o estralho ao destorcedor de barril acoplado?
Obrigado e um abraço

Cândido Carvalheira

Ernesto Lima disse...

Viva Cândido!

Grato pelo comentário e seja Bem Vindo à página!

Relativamente ao nó que uso para fazer as ligações: estralhos/destorcedores e ponteira de amortecimento baixada é o que consta no link que se segue:

http://www.marinews.com/Lindeman-Knot-331.php

Abraço

Ernesto

Ernesto Lima disse...

Viva Cândido!

Também uso o que se segue, só que faço duas passagens na argola do destorcedor em vez de uma... é mais seguro.

Cá está o link:

http://www.youtube.com/watch?v=zn0sy9KxvEQ

Uso até mais este que o anterior!

Abraço

Ernesto