terça-feira, 30 de outubro de 2007

Experiências na pesca à Zagaia - 22/Maio/2007


Um das cláusulas que impuz à minha pessoa, quando iniciei este local, foi a de que não escreveria nada que não tivesse minimamente vivido e/ou testado, por duas razões essenciais:

- Existem tantas técnicas, tantos materiais, e tanta gente que fala deles, que não sabemos se de facto os testou, se só está a "tocar de ouvido" ou a publicitar. Portanto se nos basearmos só nesses factos, corremos sérios riscos de nos estarmos a enganar ou, ainda pior, estarmos a contribuir para enganar outros.
- Se falarmos com base no que testamos e apresentarmos alguns resultados, explicando o melhor possível as condições em que aconteceram e deixando as conclusões ao julgamento de cada um, poderemos talvez valer-lhes em situações idênticas, podendo dar-lhes sinais positivos ou negativos sobre as técnicas, materiais e etc. utilizados.

As considerações anteriores pretendem pôr-vos de sobreaviso sobre as minhas experiências na pesca à zagaia, pois elas têm sido um misto de, risota geral, uma vitória impressionante e um conjunto de derrotas variadas, nas poucas saídas com este objectivo.

Verdade seja dita, tenho aprendido alguma coisa porque já meti na cabeça que tenho que ter algum sucesso nesta pesca e, para além da observação e treino "in loco", sobre os locais quentes, amostras, formas de colocar a deriva do barco, marcações de sonda, épocas do ano e todo um conjunto de variáveis, tenho também lido sobre técnicas de escolha de amostras e consultado o mercado que, como se sabe, está abarrotado de material de todo o tipo.

Iniciei-me nesta pesca, há para aí uns 6/7 anos, com o meu amigo Carlos Cruz da Nauticmar, em Lagos, tendo começado logo num dos bons locais do país, segundo os entendidos, a zona da chamada "Coroa da Arrifana".

As primeiras duas ou três vezes, apanhámos secas tão grandes e trabalhámos tanto que a vontade de lá ir quase esmoreceu.
Como se tal não bastasse, aqui este vosso amigo quando vai em barcos que não o dele, não sei bem porquê, tem uma tendência escandalosa para enjoar, e, com o barco a derivar de lado à vaga, a "coisa" era tão certinha que até já se começava a controlar, ou seja, uma hora ou duas a "deitar carga ao mar" e depois dava-me a fome e passava-me o enjoo.

Entre as vezes que eu lá ia, o meu amigo Cruz fazia cada pescaria - 8 a 15 matulões entre os 5 e os 12 kilos (bons tempos) - e eu a vê-los passar, mas, sempre que alinhava, apercebia-me das melhorias, nomeadamente ao nível das amostras e das marcações de sonda ideais, até que um dia tive a minha estreia da forma mais inesperada que se possa imaginar, a qual contarei assim que tiver digitalizado as fotos necessárias às ilustrações das várias entradas que vou fazer sobre este assunto.

Relativamente às amostras a utilizar, falarei convosco sobre as que mais resultaram, retiradas de um universo escandaloso de formas e cores, supostamente adequadas a determinados mares e momentos, tendo em conta a dificuldade de haver bolsas que aguentem tal diversidade.
Tentarei mostrar-vos também, como e porquê se decoram assim e em que condições de cores do mar, dos dias e das horas do dia se utilizam, tendo em conta os resultados e alguns autores que me parecem mais sugestivos, considerando as leituras e experiências efectuadas.

Por agora vou terminar, esperando continuar esta entrada com a brevidade possível.

Deixo-vos, no entanto, a foto de entrada, com um conjunto testado de amostras, tendo todas elas apanhado peixe em condições e dias variados. Estas fotos serão alteradas de entrada para entrada, conforme o alinhamento que for dando ao assunto.

Vamos ver como vão ser as cenas dos próximos capítulos?

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