quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Família, pesca difícil, barco, procura... sucesso!


As férias com a família tem destas coisas... cadeira de café da praia, em cima; brincadeira com a neta, em baixo...


Sardinhadas com amigos, tudo ao som do vento que deu poucas tréguas e...


... outras interrupções do ciclo de pesca, como ter de levantar o barco para manutenção anual. Mas tudo faz parte e é necessário!


Na verdade, já precisava, como se pode verificar na imagem abaixo.


Poderia aguentar mais uns tempos, no entanto se há que o fazer, criadas as condições, para a frente é que é caminho.

Vá de lavagem!


Vá de dureza!


Toca a limpar metais!


Chega a hora da preparação para a pintura e...


... a acção em si.


Trabalho acabado, roupa de trabalho fora, tirar fitas e barco para a água que a pesca já tarda!


Na verdade, algumas pescas se fizeram, já documentadas, também elas duras e pouco frutíferas, talvez devido à dispersão causada pelas condições referidas ou talvez não!?

Sobre esta última questão, analisemos e reflictamos sobre as três jornadas que sucederam as interrupções e os trabalhos.

Na passada Sexta Feira, coloquei o barco na água e fui pescar tarde, com o João Martins e os seus filhos, Suzana e José, numa perspectiva de reapalpar os terrenos de pesca desta época, a par com baptismos dos mais novos neste tipo de pesca e com um olho no comportamento do barco após manutenção. Muito bom!

A pesca, para não variar relativamente às anteriores três saídas, foi dura e pouco auspiciosa!

Poderá dizer-se: ah e tal, ia-se com muita coisa no pensamento... não é verdade!
O tempo e as acções em utilização nos pesqueiros teriam sido mais que suficientes para produzirem outros resultados, para além  de dois Parguitos e da única Dourada que entrou pela mão da Suzana, feita uma pescadora.


Muito peixe miúdo a roubar no primeiro pesqueiro; e, muito pouca actividade no segundo, mal grado as quase duas horas que gastámos em cada um deles, tudo indicando que os maiores e até mesmo os não tão grandes, não estavam no circuito testado. Havia que mudar de zona no dia seguinte, em que o Nuno Mira, o Pedro e o João seriam os companheiros de desdita!
Desdita? Questionarão alguns de vós!? Passo a explicar!

Começámos em mares de fora, continuámos em mares intermédios, corremos a mares de terra, gastámos tempo e trabalheiras em todos eles, sendo que a jornada se resumiu a uma Bica, um Pargo de 1,500 kgs e este do João, sua estreia na pesca e na espécie! Mau... francamente mau!


Poderá dizer-se: o dia foi bom, fomos para o mar, viemos bem... mas o certo é que algo não funcionou relativamente à pescaria!

Nestas alturas questionamos tudo... montagens, qualidade da isca, condições climatéricas, horas em que se foi para o mar... mas, pessoalmente, acredito que a principal razão estará sediada nos locais escolhidos para pescar. Muito pelos sinais transmitidos pela sonda e em acção de pesca, senão vejamos: os pesqueiros escolhidos mostravam peixe; alguns estavam mais activos, outros menos; mas, o certo é que o tempo em que se actuou em cada um deles, à semelhança de muitas outras jornadas com resultados superiores, teria sido suficiente para mais e melhores capturas, o que não aconteceu!

Nestas alturas o que costumo fazer é, pura e simplesmente, esquecer todos os pesqueiros que conheço e procurar sítios novos, em zonas onde ando para testar há algum tempo e que se enquadrem, em termos de profundidade e qualidade de fundos, com a época actual.

No Domingo, com o Tózé e o João Maria, foi precisamente o que fiz!

Numa profundidade a que chamo intermédia para esta época do ano, cinquenta metros; e, numa zona onde nunca sondei, embora não fique longe de outras referências, procurei, tornei a procurar e encontrei um fundo com boas características, enquadrado em zona que já deu outros frutos, embora em pesqueiros mais afastados. A exploração da novidade, sempre nos traz outros alentos e após fundeio seguro, iniciámos a acção de pesca.

O pesqueiro revelou-se lento quanto a sinais. Primeiro, nem nas iscas tocavam; depois, começaram a comer as barrigas das postas de Sardinha; mais tarde, as postas inteiras já desapareciam; e, de repente, sem nada que o fizesse esperar dá-se a primeira luta... e que luta!

O Bicho era grande, fugiu para longe cabeceando e levando linha à farta antes de partir o estralho, ao que tudo indica por roçar em pedra, já que este vinha desfiado e cortado junto ao destorcedor de inserção na madre! Azar, talvez embraiagem demasiado leve ou um pouco de ambas as coisas!?
A partir daqui, o pesqueiro alterou-se, vindo a Sardinha a ser consumida rapidamente e peixes de bom tamanho a entrarem espaçados, como esta Dourada que apresento:


Este Sargo Veado que calhou ao João Maria:


E ainda este outro exemplar tirado com Cavala fresca pelo Tózé...


... entre outros que culminaram na pesca que se vê, podendo esta ter sido ainda abrilhantada por outros dois exemplares bem maiores que fugiram, respectivamente ao Tózé e ao João Maria que, a subirem ao poço, teriam tornado este dia inesquecível.


Cá estão os orgulhosos e teimosos pescadores no topo da pesca.


Resumindo a jornada, parece poder dizer-se que estávamos no caminho das "estrelas", fruto da procura e da alternância de locais de pesca. Pena ter de fazer mais um interlúdio de pesca o que dificultará fundamentar razões do acontecido, mas certamente utilizando os mesmos métodos e conceitos e melhorando-os aqui e ali, as vitórias continuarão a aparecer, servindo as derrotas para as abrilhantar.
Entretanto, ficou mais uma marca de respeito no GPS, mais uma zona que tem muito por explorar e, quem sabe, para dar, na época que decorre. Vamos ver!

Mais uma vez a sardinha foi a Rainha da festa, à excepção da Dourada do Tózé que caiu à Cavala fresca.

Uma boa noite a todos os leitores e até à próxima.

16 comentários:

António Vinha disse...

Olá Ernesto

- Foi excelente... companhia, estado do Mar, alguns peixes... enfim..Pesca.
Há...se tivessemos tirado aqueles que partiram o fio... bem... é isso que dá o tempero à jornada e nos deixa com mais vontade de continuar.

Aquele abraço.
TóZé

João Martins disse...

Viva
Foi com enorme prazer que sem pescar assisti e apoiei (com o pouco que sei) os meus filhos, que há muito sonhavam viver a pesca do Ernesto no Makaira.
Não foi tempo perdido, pelo contrário! Só as capturas foram curtas mas isso faz parte do jogo e não era o essencial.
Nunca o vou esquecer e mais um "obrigado" meu e deles.

Quanto ao novo pesqueiro, promete...
Continuo a interrogar-me se não se justifica e de que modo o uso de montagens mais fortes para os grandes que se vão escapando.
Já me calhou um e já presenciei outros casos vividos por si.
É impressionante o poder deles!

Abraço JM
.

Anónimo disse...

Viva Ernesto,
Mais uns dias de sol no mar em comoanhia de amigos e isso é o mais importante. Quanto à pesca, mesmo sem ser assim espectacular, já foi boa, mesmo sem muito peixe, mas de grande qualidade. Quanto aos que fogem, é mesmo assim. Nós não podemos ganhar sempre. Experimentar, como diz o João Martins, material mais bruto, é uma hipótese, mas não sei se por coincidência só, ou se por se ver, se por o peixe sentir alguma coisa, a verdade é que quando o usamos, parece que a quantidade pescada e mesmo a qualidade desaparece. A mim tem-me acontecido. Haverá razão para tal?
João Carlos

Ernesto Lima disse...

Viva Pessoal!

Grato pelos comentários!

Os grandes que fogem? O que se tenta para que não torne a acontecer? Material mais pesado? O peixe vê? Como vê? Sente e como sente? Vê e sente mas será que a vontade de comer se sobrepõe ao perigo visto ou sentido? Embraigens mais ou menos taradas... vantagens e desvantagens?

Tantas questões a analisar... talvez passíveis de uma entrada própria que pode até começar com o seguinte comentário que, acho eu, poderá constatar alguns factos, embora dependentes de outros: "Quando me iniciei em Sines usava estralhos o,25/0,28, hoje já vou no 0,42 e o peixe não deixa de comer, estou sinceramente a pensar em 0,50 e até talvez mais, será que faço bem?" Não sei!?

Abraço

Anónimo disse...

Boa Tarde Ernesto

No dia de que fomos a pesca , o peixe testou a nossa paciência ,mas não demos parte fraca pelo menos o Comandante e Eu . Quanto aos nossos companheiros começando pelo joão ele que nunca tinha ido a pesca ,disse-me a postriori que adorou o dia no mar ,mas foi duro só aquele meio dia , enquanto ao Pedro ,ele ficou melhor assim que pôs os pés em terra e principalmente depois da sesta . E o seu amigo Nuno diz-lhe que os peixes não se vão ficar a rir por muito tempo ,pois a desforra está para breve .

Ou grande abraço do ajudante de marinheiro

Nuno Mira

P.s. Um cumprimento especial ao João Martins e até breve

Ernesto Lima disse...

Viva Nuno!

Grato pelo comentário!

O dia em que fomos, de facto, não correu bem. Principalmente no que respeita à má disposição de um dos companheiros.
São coisas que podem acontecer a qualquer um e, no caso, eu sei por ter sofrido em tempos na pele do mesmo mal o quanto custa.

Mas veio para terra e tudo bem. Mau seria ter lá ficado, como habitualmente se pratica entre muitos de nós pescadores.

Quanto ao peixe, não consegui dar com ele neste dia, o que se resolveu no dia seguinte. Cada dia é um dia e só quem não vai é que não terá revezes; no entanto, também não terá qualquer história para contar, boa ou menos boa!

Abraço

Anónimo disse...

Olá Ernesto

Vejo que apesar de dificuldades não deixou de ser um dia agradável de pesca e o que não se pesca hoje decerto se pescará amanha..ou não!

Pela parte que me toca tem sido dias péssimos desde 16 de Agosto...enfim dias melhores virão!

Continuação de boas férias e boas pescarias!


Um Abraço

Rui Mendes

Valter Costa disse...

Mais uns bons dias de pesca ai por Sines. Estive ai no dia 14 à pesca e foi para esquecer!

Ernesto Lima disse...

Ao Valter e ao Rui Mendes, agradeço os comentários!

Na verdade a coisa não tem estado fácil lá por Sines, pelo menos para mim.

Parece-me que os alinhamentos de passagem de peixe, talvez devido a alterações dos fundos e eventualmente a alterações de temperatura da água, se modificaram obrigando à procura de novos pesqueiros e/ou à alteração de circuitos de pesca. Há que fazê-lo! Há que tentá-lo!

Abraço

Bruno Mendes disse...

Viva Ernesto com peixe ou sem peixe de figurao o que interessa e ser um dia bem passado e em boa companhia e isso foi conseguido.
Pescar com 0.42 ja se pesca a quando dedico-me a eles mas a profundidades maiores o que so por si ja muda muita coisa, ja perdi alguns por asneira minha outros por força deles, mas sempre que aumento o tamanho eles nao aparecem coincidencia ou nao é um facto. Conciderando que as capturas nao tem ultrapassado +/-2.5kg (minhas) e ja assiti a algumas com o mesmo material com pesos a ate 4kg acho que muitas vezes a fuga se deve a erros nossos e "sorte".
Mas como um amigo meu diz se fugiu é pq estava magro :)
Esperemos por melhores tempos e com idas ao mar aqui ou Sines. Um Abraço

SM disse...

Muito obrigado Ernesto!
Confesso que gosto mais de os ver lá em baixo que pendurados no anzol, mas adorei a experiência. Para a próxima uns ficam a pescar cá em cima e eu e o Zé vamos observar o comportamento lá por baixo, deve ser também engraçado!

Beijinhos,

Susana

Ernesto Lima disse...

Viva Suzana!

Grato pelo comentário!

"Quanto a gostos... não há desgostos"!
Pena não se poderem comer sem antes terem de vir pendurados no anzol ou "abraçados" por uma rede.

Quanto à visualização do comportamento in loco, essa poderá ser uma experiência muito gira para ambas as partes e em profundidades possíveis.

Bjs

Anónimo disse...

Olá Ernesto, (vou tomar a liberdade de tratar na primeira pessoa se levares a mal peço já desculpa)

Não podes pedir mais! família, férias, mar, pesca!! quanto aos cabeçudos que vão embora (pelo menos para mim) são os que nos fazem crescer e nos mostram que estamos no caminho certo e vamos evoluindo, a verdade é que estamos sempre à espera "daquela" captura!! agora gostava de fazer uma pergunta, porque é que abandonaste a zagaia? é cansativo? os resultados são inferiores? Abraço Filipe

Ernesto Lima disse...

Viva Filipe!

Grato pelo comentário!

Sobre o tratamento pelo nome próprio, agradeço sinceramente que assim seja.
Tenho para mim que respeito... não se mede pelo tratamento antes do nome.

Sobre a questão que colocas, agradeço-a sinceramente porque me fez pensar... de facto não abandonei a zagaia, penso nela a toda a hora. A questão é que, entre combinações para a pesca de fundo e algum comodismo, a tenho deixado de lado no que à prática diz respeito. Penso no entanto que não tarda volto lá.
Assim que o fizer, capture ou não, coloco aqui os resultados!

Obrigado

Abraço

Anónimo disse...

Olá Ernesto

Tenho vindo a adquirir conhecimenos ao ler o blogue, que tento por em prática nas minhas saídas pelos mares de Setúbal/Espichel, e que já me deram algumas alegrias.
Pergunto: utiliza a sardinha escamada ou não? Coloca algum sal para ficar mais rija, ou não?
Quanto aos enjoos; ensinaram-me a tomar, se possível de vespera, uma capsula de Stugeron forte, indicada para alterações do ouvido central, vulgo tonturas e vertigens.
Um abraço
jsantana

Ernesto Lima disse...

Viva JSantana!

Grato pelo comentário!

Fico satisfeito que tenha melhorado os seus resultados, com o apoio de algo que tenho por aqui escrito.

Quanto às questões que coloca e relativamente à sardinha costumo usá-la das seguintes formas:

Fresca e/ou congelada, com resultados idênticos, sendo que prefiro a congelada gorda no Inverno, pois os resultados têm indicado que faz pesqueiro mais rápido que a fresca que nessa altura está magra.

A escama retiro-a sempre, para que o anzol penetre melhor e para que não fique com nenhuma a tapar o bico à saída, podendo assim diminuir a capacidade de ferragem.

Nunca coloco sal!

A fresca vai para o mar no meio de gelo e a congelada vai tal e qual está, fazendo descongelação em água do mar à medida das necessidades.

Se colocar sal, deve escamá-las primeiro pois, caso contrário, o sal endurecerá a escama e a sardinha ficará mole por dentro e, consequentemente, completamente imprópria para iscar.

Quanto aos comprimidos para o enjoo, pessoalmente acho que se devem evitar e enjoei muito, sem nunca os tomar. No entanto, embora saiba que muita gente usa os comprimidos que refere, acho que deveria falar com o seu médico sobre o assunto, não tenho conhecimento suficiente para o poder ajudar nessa área.

Espero ter correspondido às suas questões!? Se não, só tem que perguntar mais!

Abraço