sábado, 24 de novembro de 2007

Materiais... Pormenores... Reflexões...

Não! Não é outro! Nada de sustos! É o mesmo da semana passada numa foto diferente (acho que merece)!
Não fui pescar! Está um vento desagradável e eu gosto de gozar a acção, sem sofrer muito!
Então vim para aqui, entreter-me e pregar uns sustos ao pessoal! (os smilies faziam jeito!)
De toda a história contada, falta alguma informação sobre as montagens utilizadas e resolvi colmatar essa lacuna!
É preferível falar sobre isso que vir a ouvir de algum de vós o que ouvi de alguns curiosos que vieram ver pesca: "ainda o outro dia me fugiu um desses! Partiu-me tudo!"
Então vamos lá!
A cana: 3,70 metros de ponteiras finas, acção semiparabólica progressiva, isto é, uma cana sensível, fina, que vai aumentando a parábola que define, em função da luta oferecida pelo peixe!
Carreto: um 6000 com embraigem extremamente fiável, cheio com multifilamento 0,28 e com uma ponteira de amortecimento de 0,40, com 10 das "minhas braças" de comprimento, o que dá +/- 16 metros!
Rabeira: Dois destorcedores cruzados, ligados por +/- 1,20 metros, de mono 0,40 de muito boa qualidade, daquele que: resiste ao nó, fica direito quando se estica e não se parte fácilmente quando roça em alguma superfície mais rugosa!
O destorcedor cruzado de cima é ligado, por nó (Clinch knot/ver net), directamente à ponteira de amortecimento que vem do carreto, como aliás o são, o estralho e a linha que liga ambos os destorcedores!
Ao destorcedor de baixo, através da sua argola inferior, é ligado (mesmo nó) um troço de mono de 0, 35, com 20 cm de comprimento e ao qual se liga, na outra extremidade, um vulgar destorcedor de alfinete (escuro) que prenderá a chumbada, sendo o primeiro a partir caso esta se prenda no fundo.
A posição do destorcedor é a que se vê na imagem abaixo, sendo que o destorcedor livre rodará sobre a zona cilindrica, permitindo uma rotação regular e levará um estralho de 0,40, com +/- 60 cm de comprimento.
A segurança do nó referido, está numa boa lubrificação e aperto quando se executa e, em deixar uma pequena ponta saída, para o caso de escorregar um pouco em situaçao de esforço.

Sobre os destorcedores cruzados (não confundir com os triplos ou pater noster), posso-vos dizer que embrulham muito pouco os estralhos e são extremamente fiáveis, nomeadamente quando se tentam exemplares maiores; embora, no caso de linhas mais finas e pescas a peixe mais miúdo, possam também ser utilizados, adequando o seu tamanho.
A foto abaixo tenta, por comparação, dar uma ideia do tamanho dos que utilizo.
Anzóis: Gosto deles leves, fortes, com o bico torcido relativamente ao plano da haste e em tamanhos que variam entre o 1 e o 4/0! Na foto abaixo, podem ver-se quatro anzóis idênticos, com tamanhos variados, sendo que, só o mais pequeno, tem dificuldade em abarcar uma posta de Sardinha, apanhando-lhe a espinha!
Quanto ao isqueiro (BIC grande), não costumo apanhar nada com ele, está lá só para termo de comparação (que pena os smillies)!
Chumbadas... e cores!
Pois! As chumbadas terão o peso que a profundidade, a aguagem, o tamanho das linhas e iscas que descem e, por vezes, a existência de peixe miúdo a comer a meia água, exigirem!
Agora as cores!? Porquê?
Bom! Como a maioria dos mortais pescadores, utilizei durante anos e anos as vulgares chumbadas, cinzentas como ministros! Até que, as colorações há muito utilizadas por outros companheiros, nomeadamente, da zona de Sesimbra, me fizeram reflectir sobre o assunto!
Duas variáveis me pareceram importantes: disfarce e/ou atracção!?
Vejamos:
Sempre procurei que as minhas baixadas fossem o mais discretas possível! Mas o que poderá ser discreto lá no fundo? Qual a cor? Como veêm os peixes? Que estímulos poderão determinadas cores provocar nos nossos "interlocutores"? Sinceramente, não sei! E não foi por falta de leitura e estudo, atendendo à documentação consultada! Simplesmente tudo me parece inconclusivo, nomeadamente quanto às reacções dos "principais visados"!
Baseei-me então na experiência de mergulho e caça submarina dos meus tempos áureos, lembrando-me que o fundo submarino está cheio de cores variadas; vermelhos, amarelos, castanhos, cinzentos..., e, em locais de pesca mais intensa, aparecem algumas chumbadas e fios que lá ficaram "arrochados"!
Os factos anteriores aliados aos anzóis de outros que já tirei de peixes capturados, fizeram-me reflectir sobre as experiências de um peixe com vários anos!
Quantos aparelhos de anzol e rede já não foram vistos por estes animais? Quantos evitaram e a quantos conseguiram fugir rebentando-os ou sei lá como? E toda esta experiência, não os terá tornado desconfiados quanto a tais objectos mais ou menos flutuantes, mais ou menos depositados no fundo!?
Isto fez-me pensar que, se mais não for, qualquer coisa que se diferencie dos aparelhos cinzentos, da cor dos ministros, poderá simultaneamente, funcionar como disfarce e/ou atractivo! E, já que o fundo do mar é rugoso (ideia de um amigo meu), pois que a cobertura colorida também o seja!
E pronto, apresento-vos abaixo as chumbadas coloridas, rugosas e com brilhantes de festa que o tal amigo conseguiu produzir e que tenho usado! Quanto a resultados, não me queixo! Só não sei ao certo se não os teria com a cor antiga dos "tais senhores"!
Bom! A conversa já vai longa, mas acho ainda que devo dar algumas indicações quanto ao que escrevi:
- Não falo de marcas e sim de tipos de material que, concerteza, saberão procurar, pois as marcas como sabemos, todas têm material muito bom, bom e menos bom!
- Sobre as medidas e tamanhos, são essencialmente indicativos e, discutíveis!
- Certo, é que todo o material de que falo contribuiu para as capturas apresentadas! Só não sei se outros materiais permitiriam apanhar ainda melhor!? Só o tempo e o desenrolar da pesca o dirão!

Quanto a dúvidas! Estou por aqui! Alguma coisa é só dizerem! Não tudo! Mas, alguma coisa, arranja-se sempre!

A todos os leitores, uma boa noite!

domingo, 18 de novembro de 2007

Os Amigos, O Mar, A Pesca e... Os Peixes!

A conjugação de Amigos, Mar, Pesca e Peixes, parece-me algo de sublime e que raia a perfeição!
Principalmente quando tudo isto funciona com harmonia em determinado dia ou momento! Foi o que aconteceu no sábado deste fim de semana, dia 17 de Novembro do ano de 2007!
O Albino e o Chico, quiseram vir comigo à pesca, o que, é sempre algo esperado, atendendo ao facto de os nossos trabalhos e vidas pessoais dificultarem estes momentos.
Tenho, como muitos, vários amigos, gente que a vida permitiu que com eles me cruzásse algures, e cujas estradas, com mais ou menos nuances, acabaram por ser as mesmas, com mais curva menos curva, e, por razões diversas no que respeita aos objectivos, ideias e, talvez, profissões comuns.
Relativamente ao gosto pelo Mar e pela Pesca, pois, tenho pessoal amigo para todos os gostos:
Ele há os ferrenhos, ele há os competitivos, ele há os desinteressados e os que fingem ser, ele há os falsos amigos, e, claro, O Albino e o Chico a quem designarei por bons e peculiares amigos. A todos, excepto aos falsos, daqui mando o meu grande abraço e a promessa que estamos aqui, estamos a pescar juntos mais uma vez!
Caracterizando o Albino (casaco azul) e o Chico (casaco vermelho); os nossos caminhos cruzam-se através da profissão, cursos iniciais e complementares que fizémos em conjunto, horas de estudo mais ou menos agrestes, e, o café e conversa de todas as Quartas Feiras!
Quanto ao Mar e à Pesca, pois, esta gente não é própriamente pescadora! São mais pelo vamos para Sines, comemos, bebemos e, já agora pescamos, porque, por puro acaso, o nosso amigo Ernesto tem lá o barco e até se ajeita com "aquilo"!
Por meu lado, adoro o misto de displicência pela pesca e o gosto evidente que têm em estar comigo, seja em que situação for! De tal forma que lhes preparo tudo: As canas, as iscas, as montagens..., assim como, os apoio contínuamente durante toda a jornada, na qual, o Chico se destaca pela piada fluente e a anedota pronta e, o Albino, chateando-se quando o peixe pica de seguida e o obriga a substituir a isca assiduamente, "atirando-se ao ar" por tal facto!?
Isto, já para não falar dos sustos que apanham quando algum peixe grande lhes "bate à porta", obrigando-me a largar a pesca e a acalmá-los enquanto labutam para o tirar!?
Foi, portanto, neste ambiente de galhofa e bom viver que juntos partimos para mais um dia de pesca, procurando eu forma de pescar algo de jeito, com tais pescadores a bordo!
Encontrámo-nos às 9.00 horas, tomámos café e cavaqueámos, andámos para o barco e partimos para o mar, pensando eu, durante toda esta acção que teria que escolher um local perto, com peixe, tendo em conta que desde que nasceu a minha neta (4/11/07), gosto de voltar para casa mais cedo, para ainda poder disfrutar dos carinhos que esta gente pequena nos desperta!
Chegámos ao primeiro local eleito, sondei e não gostei, assim como no segundo! Muito peixe alvorado e muitos azuis na sonda, sinais que podendo ser bons para a Zagaia, para a pesca de fundo, a eleita para este dia, não me parecem os mais adequados nesta altura do ano! Poderão ser produtivos, mas muito desmotivadores devido ao roubo contínuo de iscas!
Prefiro um fundo mais calmo, onde o peixe miúdo só coma pelas pontas e onde os predadores, ao serem atraídos pelo cheiro que a Sardinha iscada espalha, ainda encontrem comida, agarrada aos nossos anzóis, suficiente para despertar o seu instinto de alimentação.
Lembrei-me dum fundo em que o ano passado, nesta altura, tive vários sucessos e lá me dirigi! Abri a sonda e lá estava o que eu queria ver! Pedra rasa no fim duns pontões altos, a cair para uns entralhados com muito bom aspecto e algum peixe, em pequenas bolas amarelas, muito agarrado ao fundo, aqui e ali, um tudo nada por cima deste! Não quis acreditar na "sorte" de dar com isto, mas o que é certo é que estava lá! Pensei de imediato: "nem quero dizer nada mas que aqui há assunto há!"
Procedi à manobra de fundeio com a habitual ansiedade contida que surge quando algo me está a "cheirar", esperei que o barco parasse, controlando a sonda e iniciámos a acção de pesca, não sem antes ter aconselhado os meus companheiros a iscarem sempre, pelo menos, um dos anzóis com Sardinha, para que iniciássemos o efeito de atracção, sobre "aqueles" que procurávamos!
As primeiras iscas desceram, os toques iniciaram-se, fracos, quase não se sentindo! Puxámos para cima e verificámos que as iscas vinham comidas pelas pontas! A sardinha pela barriga, o Carangueijo chupado e a lula comida nas suas zonas mais moles! Calma, disse eu, vamos insistir e renovar iscas continuamente que me parece que se vai dar qualquer coisa!
Há coisas que não sei explicar! Não sou "bruxo", nem tenho quaisquer outros poderes! O que me parece é que nós temos a capacidade de armazenar, em pequenos locais do nosso cérebro, resquícios de experiências passadas que nem damos por elas! Estava eu pensando isto, tentando encontrar razões para a entrada franca de peixe a picar, quando a cana do Albino dá sinal e o primeiro Pargo, com 0,800 kgs, entra a bordo, sem nada que parecesse indicar que tal ia acontecer! Mais atento fiquei!
As iscas iam sendo comidas, umas vezes em mais quantidade que outras, mas sempre de forma leve, quase indelével! Parecia que o peixe miúdo estava a comer a medo! Mas que medo? O de ser comido? Talvez!?
Estava eu nestes pensamentos quando, mais uma vez, a cana do Albino dá sinal, agora mais potente e levando o meu companheiro à beira dum "ataque de nervos"! Acalmei-o e acompanhei a luta, até que chegou à superfície o Pargo com 1,700 kgs que se vê na foto abaixo!
Tirámos a foto entre brincadeiras, enquanto eu pensava que afinal as coisas estavam a caminhar conforme os sentidos me alertaram!? Será!?
Instalou-se algum nervosismo e vi os meus companheiros, habitualmente despreocupados, a atirarem-se às iscas com fervor e tentando ser mais rápidos a colocar as pescas no fundo! Sorri para dentro e virei-me para a minha cana, verificando que, das subidas e descidas com isca, os estralhos estavam um pouco enrodilhados! Troquei-os e continuei a acção de pesca!
Deixo cair a montagem junto ao casco, para que a aguagem leve que se fazia sentir não a afastasse muito! Tiro a folga assim que chega ao fundo e aguardo! Nada! Nem um toque! Desconfio! Levanto a cana num movimento lento e amplo, tornando a baixá-la! Assim que a chumbada toca o fundo, sinto três toques insistentes e levanto a cana com força! "A coisa tinha de se dar!", comento!
A cana dobra a sério e o Pargo que lá está ruma em direcção à aguagem, para longe, levando linha! Não muita! Só aquela que a taragem da embraigem do carreto lhe permite! Cana levantada, luto com ele e dou-lhe a iniciativa! Leva mais linha e eu deixo! Pára e eu levanto ainda mais a cana e começo a enrolar! Ele deixa e eu continuo a enrolar! Ele insiste e leva mais linha! Eu revejo mentalmente, em fracções de segundo, todos os nós e materiais da montagem, pensando se tudo estará bem, embora nada disso me possa servir, os dados estão lançados e agora é andar para a frente com calma, paciência e sentidos apurados!
Enquanto penso nisto ele não leva linha, mas também não consigo recuperar nada! Bom sinal, penso eu! Ele parece querer desistir e eu recupero a linha, devagar mas firmemente, esperando o último estertor que se dá junto da superfície, onde o enxalavar finaliza a azáfama!
O Pargo Dourado, de 7,00 kgs (arredondados para trás) que abaixo vos apresento, dispensa outros comentários, quer quanto à luta quer quanto à alegria de capturar tal animal!
A pesca continua com toda a gente de sobreaviso! Isco bem, com Sardinha, lanço a pesca a alguns metros do barco, não muitos. Chega ao fundo e eu tiro a folga! Mais uma vez, levanto devagar e assento! Espero um pouco! E outra vez! Lá vai linha para Porto Côvo e vá de luta! Este não é tão grande, mas para levar linha assim, não é para brincadeiras!
A pesca continuou, o peixe miúdo ficou mais activo e isso fez-me pensar em algo que já referi em anteriores entradas: "Quando um peixe grande de fundo é capturado, muitas vezes durante algum tempo, a coisa pára um pouco"! Será verdade!?
O que é certo é que antes desta captura o peixe miúdo parecia comer a medo e agora andam para aqui a limpar tudo que nem desalmados! O medo acabou!? Não há predadores à vista!? Não sei!
Quinze minutos passados e depois de haver gente a queixar-se com fome! Parámos, iscámos as pescas, colocámo-las no fundo a pescar a solo e fomos almoçar!
Quarenta e cinco minutos depois, voltámos à lida, não sem antes eu ter dado algum cabo, já que o vento da manhã tinha diminuído e o barco tinha andado um pouco com a aguagem que se dirigia quase contrária ao vento.
Pescas para a água! O peixe já comia diferente e roubava desalmadamente!
Entra uma Sargueta ao Albino, com anzol 2/0! Como é possível!?
Depois uma choupa, ainda ao Albino, mais um Pargo de quilo para o Albino e outro ao Chico!
O peixe miúdo começa outra vez a comer a medo! Eu, "espeto as orelhas" e aviso os outros!
Pescas para baixo! Pescas para cima! O Chico tira uma Dourada, a da foto abaixo, e, todos pensamos: será que a época começa hoje!?
Repete-se tudo e, finalmente, apresento-vos o último do dia, Um Pargo legítimo com 4,800 kgs.
São 15.00 horas, estamos cheios e satisfeitos, direi mesmo que não cabemos em nós de satisfação!Seguiram-se, a euforia geral, a foto e a colocação de bicho tão valente, devidamente acondicionado na arca do gelo! Um último olhar e vá de continuar a pesca! Embora, em momentos como este, quase nos apeteça arrumar tudo e rumar a terra, dando a pesca por terminada, mas que raio!? São 13.00 horas e temos petisco a bordo! Pescamos mais um pouco!
Um dia destes, entre amigos, com bom mar, pesca sem incómodos, todos os raciocínios a surtirem resultados, e... os Peixes!? Grandes, lindos, poucos, sem devolver ao mar devido a medidas mínimas, e agora, a chegada à terra e o reconhecimento dos outros pescadores!? Talvez até alguma "dorzita de cotovelo" por aqui e por ali! Não vem mal ao mundo por causa disso! Faz parte! É aceitável e até compreensível!
É, sem dúvida, no mar que se testam os nossos conhecimentos, as nossas sortes, os nossos azares, as nossas montagens, as iscas, as formas de iscar, as inovações e as antiguidades! Só há que ir tentando conjugar: os Amigos, o Mar, a Pesca e... os Peixes!
E, para terminar por hoje, há sempre alguém que é capaz de dar uma dica ou outra! Basta saber perguntar!
A todos os leitores! Um resto de Bom Domingo!

domingo, 11 de novembro de 2007

Os Deuses quiseram testar-me! Ou talvez não!?

Mais uma Sexta Feira à tarde! Começa a ser um hábito e não sei se isso é bom!
Cheguei ao local do "tesouro" e, na primeira sondagem, dou com as imagens da foto acima! Fiquei louco de entusiasmo, atendendo à leitura!
Vejam só, a comedia que está naquelas embeiradas do pontão e, já agora, a bola de peixe que o encima! Se tiverem dúvidas consultem a penúltima entrada, onde interpreto as imagens de sonda, para assim terem uma ideia do meu entusiasmo no momento da visualização!
Eu nem queria acreditar! Estou mesmo em cima disto?
Sem mais delongas, preparei tudo, escolhi a amostra enquanto esperava que a deriva do barco se fosse marcando no GPS. O traço marcado indicou-me que a dita se orientava NW - SE, o que me fez percorrer esse rumo tornando a passar em cima daquelas imagens (ai que arrepios!), dar desconto, colocar o barco de través e iniciar a acção de pesca!
O vento era pouco e o barco derivava devagar! Fiquei à espera de ver a profundidade a diminuir na sonda, mas não passava dos 40 metros, e os peixes, segundo a sonda, estavam entre os 36 e os 28! Afinal o que se passa? Pensei, enquanto olhava para a imagem do GPS e me apercebia que o sentido da deriva se alterava para N - S! Ora bolas! Não vou passar onde quero! Mesmo assim insisti, pois o fundo mostrava peixe e não perdia os passos, mas ao mesmo tempo pensei... E se é peixe de passagem? Parei! Subi a linha e naveguei outra vez para o local onde vi as imagens. Estas mantinham-se, sendo agora ainda mais carregadas! Tenho de conseguir passar por cima disto! Calma que isso vai acontecer!
Abreviando, posso-vos dizer que em cada deriva que iniciava, devido ao contínuo rodar do vento fraco, o sentido desta alterava, e, o vento variava quer de sentido quer de intensidade, embora sendo fraco. Já estava a desesperar! Havia mais de uma hora que andava nisto! Parei! Comi! Bebi! Raciocinei e disse para comigo! Vou-me colocar mesmo em cima daquelas imagens, coloco um amostra mais pesada para trabalhar o mais vertical que puder e vamos ver o que acontece!? Assim o fiz e em boa altura!
Lá estavam os sinais! Desci a amostra, senti o fundo e iniciei os movimentos curtos de descida e subida! Não demorou nada! A linha ficou sobre a água, levantei a cana com firmeza e o primeiro já lá estava! Um Pargo de 1,500 kgs! Quando o ia fotografar, olho de relance para a sonda e apercebo-me que ainda tenho por baixo a zona mais quente que tinha visto! Deixei o Pargo, as fotos, e, lanço a amostra ao fundo! Chega lá e levanto-a! Nem tive tempo de mais nada! Outra vez a linha bamba e depois a querer fugir! Isto não é Pargo!? Luto com ele e aparece-me o "senhor" da foto abaixo!

Um Robalo que mais tarde pesaria 2,000 kgs certinhos!

Hesito! Insisto na pesca, tiro a foto ou volto para cima do pontão e recomeço? Resolvi tirar a foto e guardar o peixe junto do outro, o Pargo! Entretanto olho para a sonda e vejo que ainda estou nos 36 metros e a comedia revela-se intensa na imagem! Lanço a amostra para o fundo e lá vamos outra vez! Nada! Torno a olhar para a sonda e reparo que estão pontos vermelhos a meia água; decido pela subida da amostra, com paragens e arranques sucessivos e irregulares, até que, para aí aos 20 metros a amostra é atacada com ganância, aliviando de imediato! Levanto a cana, enrolo linha rapidamente e tomo de novo contacto com o peixe! É mais pequeno mas luta com gana, até aparecer junto ao barco, ser apanhado pelo enxalavar e depositado junto dos outros, lindo também este Robalo com 1,500 kgs!

Caros leitores, depois de uma hora e tal, com não sei quantas derivas feitas, numa só deriva em 15 a 20 minutos, decorreu toda a acção que descrevi! Não me digam que isto não é um teste!? Terão sido os Deuses? Como é que vou saber!? Vai-se ver devia ter raciocinado mais cedo! Pois, a partir daqui e até à noite não capturei qualquer outro peixe e os sinais de sonda nunca mais foram os mesmos! Porquê? Não sei?

Talvez tenha havido muita acção no mesmo local e em pouco tempo, assustando os outros que por lá andavam, devido eventualmente a avisos químicos que os peixes deixam na água, colocando de sobreaviso, a sua e/ou outras espécies, sobre os perigos existentes ou qualquer outra razão que desconheço por completo! Para já, não interessa! Vou pensar nisso mais tarde e gozar estas pequenas glórias, para compensar os dias como o de Sábado, em que, mais uma vez optei mal e nada aconteceu para além de uma seca monumental e um trabalho extremamente árduo!

Abaixo vos deixo "Os Três dos 15 minutos", como decidi chamar-lhes neste preciso momento!

A amostra que apanhou os três peixes, apresenta uma acção muito diversificada quer a subir quer a descer, variando continuamente a direcção quando desce e sacoleando-se toda quando sobe! Não sei se outra teria capturado esta diversidade!

As fotos, mais uma vez, são as possíveis! Quer devido à acção desenvolvida quer ao facto de estar só!

Em termos comparativos, nesta última foto, chamo a atenção para as pontas dos meus pés (duas coisas cinzentas na parte inferior) que ficaram, propositadamente, como termo de comparação para o tamanho dos peixes! Já agora, importa referir que calço o 40!!!

As pequenas coisas em que não pensamos!

Nesta última Sexta Feira, depois de uma tarde de pesca que contarei na próxima entrada, estava eu lá em Sines, no meu barquito, fazendo a digestão do jantar e, como é hábito, dando os últimos retoques nos materiais a utilizar na pesca do dia seguinte, embrenhado nos meus pensamentos, quando de repente me lembrei!
Então eu mudei o blog, disse a toda a gente qual o novo endereço!? Porquê esta sensação que ficou, de que algo falta fazer ou dizer?
Puxei pelos "miolos"! Fiz uma retrospectiva! E, de repente, fez-se luz!
Epá! Então, e todos aqueles companheiros que, no antigo espaço, se inscreveram, abriram página e se deram ao trabalho de lá comentar!? Não lhes dei uma palavra e toda essa escrita se perdeu!
Senti-me mal! Não gostei de mim, nem da minha atitude, embora não tenha havido qualquer intenção ou falta de respeito para com qualquer de vocês! Simplesmente, ouve uma omissão técnica da minha parte que carece de ser retratada!
Portanto, aqui dou a minha cara e apresento as minhas sinceras desculpas a todos os que, sem excepção, desde o início, me deram alento para continuar, através dos seus comentários concordantes ou discordantes que tiveram o condão, entre outros, de me dar a imagem do interesse que a anterior página poderia estar a suscitar!
A foto foi feita no momento em que detectei esta minha incorrecção e em que decidi ser justificável fazer uma entrada para a respectiva retratação! Cá está ela! Espero que aceitem as minhas justificações e desculpas, assim como, o trabalho que por aqui vou desenvolvendo, de algum modo, vos possa compensar! Verdade... Verdade! Não vos esqueci!

domingo, 4 de novembro de 2007

"Zagaia" - Outros desenvolvimentos!

A pesca é, na verdade, algo que está sempre em movimento!
À medida que vamos experimentando e conseguindo resultados, concluímos que teremos de ter muito cuidado com a forma como passamos informação a outros, já que podemos facilmente induzi-los em erro, nomeadamente se, em vez de falarmos sobre as nossas experiências, optarmos por afirmações peremptórias. Estas são, muitas vezes, a melhor forma de errarmos quando passamos informação; para além de podermos estar a contribuir para um conjunto de erros sucessivos por parte de quem nos ouve!
As afirmações produzidas, servem de introdução ao texto que se segue, atendendo a que, esta é a segunda postagem que faço sobre este assunto, e, embora na primeira tenha salvaguardado que as amostras da foto, todas tenham apanhado peixe à minha frente, verdade seja dita, tenho ultimamente apanhado peixe com todas estas que agora mostro!
Parece-me, no entanto, poder concluir que umas não invalidam outras! Antes, se completam para trabalhos, épocas e peixes diversos, utilizando formas de trabalhar as amostras adequadas a cada uma delas!
As primeiras que mostrei (ver "Pesca à Zagaia - Amostras e funcionamento básico"), não eram movimentadas como estas! Assim vejamos:
1. As primeiras, vi-as serem usadas com derivas mais rápidas, sendo largadas até ao fundo, subidas rapidamente uns dez a vinte metros, deixadas cair ao fundo ou quase, tornar a subir rápido e assim sucessivamente.
2. No caso das que agora mostro, os resultados, sobre os quais vos tenho vindo a informar, têm sido obtidos com derivas lentas, a amostra a trabalhar muito junto ao fundo em movimentos ascendentes curtos, seguidos de descidas e subidas abruptas, no limite do comprimento da cana, tendo os ataques acontecido essencialmente quando a amostra executa a descida, verificando-se que a linha fica bamba por cima de água! Excepção feita para um Robalo, que por aqui já mostrei e que se atirou quase à superfície, parecendo-me que vinha há algum tempo em perseguição da amostra. Isto poderá querer dizer que estas amostras poderão funcionar muito bem em recuperação longa e rápida! Não sei!? Talvez alguém que por aqui ande me possa elucidar, em função de resultados que tenha obtido, de preferência, em território nacional!?
Importa referir que as amostras que mostro na foto que inicia esta entrada, são aquelas a que tive acesso e que resultaram! Isto não quer, de forma alguma, sugerir que são as melhores ou que outras não tenham o mesmo ou até superior desempenho!
Relativamente às montagens, todas foram feitas por mim, utilizando os materiais da imagem que, na sua maioria, têm dado boa conta de si!
Assim vejamos:
1. As linhas que prendem os anzóis às amostras são cabinhos, de 2mm, utilizados nos veleiros ou fio de nylon de 1,20mm. Os primeiros, ligados com nós normais de empate em argola, previamente molhados, antes do aperto; e, os segundos, ligados com tubinhos duplos de alumínio, fechados com o alicate de aperto que se vê.
2. Os tubinhos elásticos e a manga plástica termoeléctrica, decoram e asseguram alguma rigidez, embora, muito sinceramente, a maior parte das capturas tenham sido efectuadas com os cabinhos sem nada.
Alguns cuidados que, me parece, deverão preceder a acção de pesca:
1. O poço do barco deverá estar desimpedido e liberto de gorduras que possam, respectivamente, originar tropeções/quedas e diminuir a aderência dos pés! Não nos esqueçamos que estamos em esforço e à deriva, sujeitos aos balanços laterais do barco!
2. Deverão estar à mão, em locais de fácil acesso e sem impedimentos para a acção de pesca: enxalavar, bicheiro, pano grosso, alicate, faca bem afiada...
3. O uso de luvas, parece-me essencial, atendendo a que estamos a lidar com um conjunto de materiais e em condições extremamente propícias a cortes que poderão acontecer em várias situações! Por exemplo, se a amostra se agarrar ao fundo e tivermos de partir a linha, usando as mãos e com o barco à deriva; facilmente a linha dá, e, nesse movimento, cortará facilmente a carne, sendo este, talvez, o menor perigo de corte.
4. A linha de visão entre o pescador e os ecrans da sonda e do GPS, deverá estar desimpedida, permitindo ver as comedias, as variações de profundidade e as linhas de deriva, de modo a que se possa reagir conforme os sinais que se apresentarem nas respectivas leituras!
Depois de tudo o que referi e certamente de muitas outras questões que certamente não abarquei; esta é uma técnica de pesca, espectacular, absorvente..., para a qual nos teremos de encher de paciência, acreditar no que estamos a fazer e estarmos preparados para o que nos aconteceu no Sábado e que terminou conforme a foto abaixo!
Fomos zagaiar! Eu, o Zeca e o Tavares!
Resolvi explorar uma área diferente que, tendo comedia e bom aspecto, não produziu qualquer captura ou os pescadores não souberam trabalhar!
Quando fomos tentar o local onde se têm conseguido as melhores capturas, entrou vento e aguagem contra, o que não nos permitia derivar! Isto originou um dia sem capturas que terminou em almoço improvisado, como se pode ver!
Para a próxima será melhor! Veremos!?

sábado, 3 de novembro de 2007

Raciocínios e, talvez, "Dicas"!

Esta é, de facto, a primeira entrada neste novo espaço, já que, todas as outras foram copiadas do blog antigo.
Resolvi então, estrear a nova capacidade de colocar várias fotos numa só entrada, permitida por este espaço, com a intenção de melhorar a eficácia ilustrativa dos métodos e técnicas utilizados.
A foto inicial mostra-nos os resultados de Sexta Feira, utilizando a zagaia!
Sobre as capturas obtidas, passo a descrever, raciocinar e, referindo o título escolhido, tentar deixar algumas "dicas" que vos possam servir, caso pretendam iniciar-se nesta modalidade de embarcada.
Ontem, Sexta Feira, mais uma vez sem estar à espera, acabei por ir para Sines, já tarde, com intenções de "zagaiar" Sexta e Sábado!
Para abreviar, iniciei a pesca eram 15.30 horas, o que, devido à alteração da hora de verão, se traduziu em pouco mais de duas horas de pesca efectiva, considerando que, antes de iniciar a acção de pesca, teremos de escolher o local e sondar o fundo procurando zonas, cujas características nos indiquem a presença de predadores, normalmente, pela existência de comedia, de preferência, um pouco elevada sobre o fundo, mas não desdenhando "bolas de peixe" fortes, como as que se apresentam na imagem de sonda da foto abaixo. Embora estas estejam bastante agarradas ao fundo, reparem que, no entanto, se elevam a altura considerável.
Interpretando as imagens da sonda:
1. O ecran está dividido ao meio por uma linha branca!
2. As linhas brancas transversais, indicam as profundidades!
3. A metade direita, representa o fundo como a sonda normalmente o faz, e, a metade esquerda, representa um aumento (zoom) da imagem apresentada à direita!
4. O limite superior da barra castanha escura, representa a linha de fundo!
5. As bolas, sarapintadas de verdes, laranjas e vermelhos, acima da linha de fundo, representam bolas de peixe miúdo!
6. O que está debaixo do barco, é representado pela imagem mais encostada à direita de cada uma das divisões (metades) referidas! As imagens, da esquerda, são história passada do fundo, ou seja, acábamos de lá passar há muito pouco tempo!
Sendo assim, o local está encontrado! E, atendendo à descrição anterior, o barco teria passado sobre um fundo de pedra (cores fortes por baixo da linha de fundo, tanto a espessura do castanho como os amarelos e laranjas por baixo desta), bastante irregular, com diferenças significativas de profundidades, e, carregado de comedia quer na parte mais funda, quer sobre os bicos (atente-se na bola de comedia vermelha, perto dos trinta metros, à esquerda das divisórias).
Encontrado o local, importa agora determinar como vamos derivar o barco sobre ele, já que nesta técnica, utiliza-se normalmente a deriva do barco, para explorar todos os recantos do local, permintindo assim uma melhor procura dos exemplares que perseguimos!
Para tal, costumo utilizar os traços que o GPS vai efectuando, indicando a rota percorrida! Como?
1. Começo por apagar os que já estão feitos, para que o ecran fique limpo!
2. Paro o barco completamente, e, enquanto escolho a amostra, a monto na baixada e preparo tudo o necessário para iniciar a acção de pesca, o barco vai-se deslocando com o vento e/ou a aguagem, e, consequentemente, delineando um traço azul que me dará o rumo da respectiva deriva!
3. Encontrado o rumo da deriva, inicia-se de novo a sondagem, em rumos paralelos, sobre a "zona quente", determinando assim qual será a deriva que mais "zona quente" nos permitirá explorar! Encontrada esta última, é hora de nos dirigir-mos para o início da primeira deriva eleita e iniciar a tão desejada acção de pesca! Bom! Refiro-me ao trabalho com a amostra e a cana, porque para mim, todas as acções anteriormente descritas são já a pesca em antecipação e confundem-se no prazer que retiro de tudo isto que poderá ser apreciado, pelo número de derivas efectuadas, na foto do ecran do GPS que em baixo vos deixo!

A foto acima representa, portanto, as derivas efectuadas durante hora e meia a duas horas, em que pesquei tendo em conta os seguintes factores:

1. Os traços azuis representam as derivas!
2. A parte de cima dos traços representam, neste caso, o NW e a parte de baixo o SE!

3. Em cada deriva, se trabalharam as amostras do início ao fim, quer ao fundo, quer subindo e descendo, variando velocidades e actuando como já referi, em entrada anterior (Pesca Á "Zagaia"! Amostras e Funcionamento Geral), embora as amostras de trabalho vertical que efectuaram as capturas, permitam um trabalho mais contínuo ao fundo que aquelas que apresento na referida entrada! No fim de cada passagem, volta-se atrás e inicia-se tudo de novo! De três em três passagens, costumo mudar a amostra, caso o sucesso não se verifique.

E é bonito, quando tudo funciona e o esforço é recompensado!

Abaixo vos apresento a primeira recompensa!

Um Pargo com 1,800kgs!

E, a segunda!
Um pargo com 2,200 kgs!

Ambos os "artistas", figuram na foto que inicia esta entrada, parecendo um pouco maiores, penso, devido à incidência do flash.

As amostras que os apanharam, são as que se encontram nas respectivas fotos! E o pescador!? Pois! Esse, acho que, pelo menos de vista, também já conhecem! Faltam-me os smilies e exemplares maiores! Quanto aos smilies, dependerão aqui do servidor! Quanto aos exemplares maiores, as suas capturas dependerão unicamente de mim!

Muito fica por dizer! Mas isto também não acaba hoje e eu estou por aqui para vos elucidar, caso o solicitem!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Bem Vindos ao novo espaço!


Aqui estou, no ambiente em que normalmente escrevo as minhas "maluquices", para vos dar as boas vindas a este novo espaço que, espero, me permita uma maior facilidade de relacionamento com os leitores, assim como outras vantagens, por exemplo, um maior número de fotos por entrada e outras ferramentas que irei descobrindo!
Esperam-se agora, muitas pescas, mais experiências e mais pensamentos sobre esta nossa actividade, assim como, uma maior participação dos leitores!
Este local, contém já, todos os artigos colocados no anterior blog que será mantido durante algum tempo (15 a 30 dias), após o que, dependendo da aderência que se verificar por aqui, será apagado!
Uma vez mais, sejam Bem Vindos!
PS: As postagens foram iniciadas em 23 de Janeiro de 2007, no anterior blog. Todas elas figuram agora no mês de Outubro, atendendo a que foi essa a data da sua transferência para este local.
No entanto, cada uma delas tem, no título, a data real da sua publicação.